EUA

Cortes do DOGE custam aos contribuintes 135 mil milhões de dólares

27 de abril 2025 - 16:54

Parceria para o Serviço Público estima que licenças remuneradas garantidas a dezenas de milhares de funcionários públicos, recontratação de funcionários despedidos por engano e quebra da produtividade causam despesa ao Governo estadunidense.

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Elon Musk
Elon Musk. Fotografia de Gage Skidmore/Flickr

O “Departamento de Eficiência Governamental” (DOGE, segundo a sigla em inglês) criado por Elon Musk diz ter poupado 160 mil milhões de dólares cortando em despesa estatal “desnecessária”. Mas um estudo da Parceria para o Serviço Público (PSP) estima que os cortes do DOGE terão um custo de 135 mil milhões de dólares no final deste ano fiscal.

Entre os custos contabilizados pelo grupo de investigação e defesa dos serviços públicos estão as licenças remuneradas garantidas a dezenas de milhares de funcionários públicos, a recontratação de funcionários despedidos por engano e a quebra da produtividade. E a estimativa nem chega a incluir os custos de defender vários casos em tribunal contra trabalhadores e organizações que contestam as ações do DOGE, nem a perda de receita em recolha de impostos devido aos cortes no pessoal do IRS.

Cerca de 24.000 trabalhadores federais foram despedidos pelo Departamento de Eficiência Governamental para serem mais tarde recontratados devido à decisão de um tribunal que contestou a ação do departamento liderado por Elon Musk, o homem mais rico do mundo.

Segundo o estudo da PSP, os cortes na força laboral poderão poupar até 38 mil milhões de dólares ao longo de dez anos, mas os próprios indicam que esses números não têm em conta as perdas de rendimentos noutras áreas. Por exemplo, se o corte de cerca de 40% dos trabalhadores do IRS avançar, o Estado pode perder até 323 mil milhões de dólares em receita fiscal durante a próxima década, devido ao menor cumprimento das obrigações fiscais e à menor capacidade de fiscalizar essas obrigações.

Para além disso, os contribuintes deverão sentir na pele os cortes feitos pelo DOGE nos serviços públicos e nos benefícios da investigação em áreas como a saúde e a ciência. Segundo a CBS, as próprias contas que o departamento apresenta no seu website sobre a quantidade de receita que poupou têm sido inflacionadas.