Corte de 750 milhões de euros no SNS só é possível com fecho de serviços, diz o Bloco

20 de outubro 2011 - 16:26

Reduzir 750 milhões de euros no financiamento do Serviço Nacional de Saúde (SNS), “significa seguramente o fecho de serviços de urgência e a concentração de especialidades", afirmou o deputado do Bloco João Semedo, que defendeu que o Governo deve “abrir previamente um período de consulta e discussão pública”.

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"Reduzir 750 milhões de euros no financiamento do SNS “significa seguramente o fecho de serviços de urgência e a concentração de especialidades" - Foto de Paulete Matos

“Percebe-se agora aquilo que o Orçamento do Estado não deixa claro, onde o Governo vai reduzir 750 milhões de euros no financiamento do SNS, é impossível fazer isso com a poupança prevista nos genéricos ou com ganhos de gestão, 750 milhões significam seguramente o fecho de serviços de urgência e a concentração de especialidades” declarou João Semedo, esta quinta feira em conferência de imprensa.

Segundo a agência Lusa, o deputado do Bloco divulgou um relatório do grupo de trabalho nomeado pelo Governo para a reforma da rede nacional de urgência e de emergência, onde está previsto “o fecho das urgências do Hospital Curry Cabral, do Hospital de Fafe, Santo Tirso, Peniche, Montijo, Régua, Vila do Conde, São João da Madeira, Ovar, Esposende, Espinho, Anadia, Estarreja, Cantanhede e Fundão” e o “desinvestimento nas urgências de Gaia, Viseu, Évora, Chaves e Mirandela”. O documento prevê ainda o adiamento da construção dos hospitais: Novo Hospital de Gaia, Hospital de Vila do Conde/Póvoa de Varzim e Hospital de Todos os Santos, em Chelas.

João Semedo apontou: “Não nos parece correcto que se mexa na rede nacional de urgências sem avaliar a reforma que tem estado a ser executada”, sem que o Governo “elabore e divulgue um relatório de execução da reforma das urgências e de emergências que está em curso” desde o mandato de Correia de Campos.

O Bloco defende ainda que o Governo deve “abrir previamente um período de consulta e discussão pública”, porque “não apenas os profissionais e os autarcas mas, sobretudo, as populações, têm de participar neste processo”. João Semedo anunciou também que o Bloco vai suscitar estas questões no debate do OE para 2012, sublinhando que o corte de 750 milhões de euros só será possível “sacrificando e encerrando” um conjunto de serviços.

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