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“Coletes amarelos” voltaram a ocupar as ruas da capital francesa

Os “coletes amarelos” voltaram a ocupar as ruas de Paris este sábado após, na sexta-feira, o protesto ter chegado a Bruxelas. Centenas de pessoas foram detidas e registaram-se mais de cem feridos. A polícia usou gás lacrimogéneo, granadas de fumo e canhões de água contra os manifestantes.
Foto ETIENNE LAURENT, Epa.

Os Campos Elísios foram fechados ao trânsito e o Governo francês mobilizou um forte contingente policial, cerca de 5000 agentes nas ruas de Paris para tentar conter os protestos dos “coletes amarelos”.

Centenas de pessoas foram detidas e registaram-se dezenas de feridos. A polícia utilizou, indiscriminadamente, gás lacrimogéneo, granadas de fumo e canhões de água contra os manifestantes.

Para este sábado estavam agendadas mais 33 manifestações um pouco por todo o país. Na sexta-feira, o protesto voltou a passar as fronteiras e atingiu desta vez a capital belga, onde centenas de pessoas vestidas com "coletes amarelos" promoveram uma manifestação. Sessenta pessoas foram detidas.

Emmanuel Macron reuniu-se com os representantes dos “coletes amarelos” esta semana, mas o encontro não foi suficiente para acabar com os protestos. O movimento exige a demissão do presidente francês.

Há quase um mês que este movimento sem precedentes no país promove ações um pouco por toda a França. Os “coletes amarelos” iniciaram a sua luta contra um novo aumento da taxa carbono sobre os combustíveis e já avançam que voltarão a ocupar as ruas de Paris no próximo sábado.

As reivindicações dos cidadãos envolvidos no movimento excedem atualmente a diminuição das taxas de combustível e, não obstante possíveis infiltrações nas manifestações, mostram a fragilidade do mito de um movimento liderado pela extrema-direita. As suas exigências passam, por exemplo, por uma maior justiça fiscal, com a progressividade dos impostos, e uma maior justiça social, com especial preocupação para o "bem-estar para os idosos". Os “coletes amarelos” reivindicam ainda a renacionalização das autoestradas, aeroportos e a proibição de privatizar as barragens e exigem o fim do pagamento dos juros da dívida, considerados ilegítimos. O combate à precariedade e a valorização dos salários, uma transição ecológica sustentável e outra política migratória são outras das suas preocupações.

O presidente francês já convocou para este domingo uma reunião de emergência do executivo.

Artigo atualizado às 12h17 de 02.12.2018.

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