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Cinco manifestações no Dia da Catalunha

Cerca de 875 mil pessoas manifestaram-se este domingo pela independência da Catalunha em cinco cidades. Pela primeira vez, a manifestação do Dia da Catalunha contou com a presença do chefe do governo.
Início da manifestação do Dia da Catalunha de 2017 em Barcelona
Início da manifestação do Dia da Catalunha de 2017 em Barcelona

Segundo os dados da polícia municipal de cada localidade, cerca de 875 mil pessoas participaram nas cinco manifestações independentistas, com Barcelona a acolher 540 mil manifestantes. Entre eles, pela primeira vez esteve o presidente do governo da Catalunha.

“O independentismo encheu as ruas”, afirmou o presidente do governo catalão à TV-3, garantindo que “se o Estado espanhol decidir de forma unilateral vetar o nosso referendo, nós faremos o que a população nos pedir”. Carles Puigdemont insiste numa solução via referendo, mas diz estar pronto a cumprir o calendário do "desligamento" da Catalunha ao Estado espanhol a tempo de convocar novas eleições em julho do próximo ano. Puigdemont afirmou ainda que “ou se reconhece o que se passa na Catalunha ou a situação política em Espanha tem muitas hipóteses de continuar bloqueada”.

O discurso do presidente da Assembleia Nacional Catalã, organizadora das manifestações, ficou marcado pela recusa das decisões judiciais que retirem direitos politicos aos antigos governantes catalães que promoveram o referendo de 9 de novembro, contra a vontade do governo de Madrid. “Hoje voltámos a fazer história”, anunciou Jordi Sánchez no seu discurso.

Ada Colau pede demissão do ministro dos Negócios Estrangeiros

A presidente da Câmara de Barcelona, Ada Colau, pediu neste domingo, Dia da Catalunha, a demissão de José Manuel García-Margallo, ministro dos Negócios Estrangeiros do governo de Mariano Rajoy.

Ada Colau pediu a “demissão imediata” do ministro do PP, porque misturou terrorismo com direito a decidir, numa declaração “reprovável” e lamentável”.

O ministro dos Negócios Estrangeiros do governo de Mariano Rajoy afirmou, neste sábado, que “um ataque terrorista se supera, mas a dissolução de Espanha é absolutamente irreversível”.

“As declarações de ontem de Margallo são não só lamentáveis, mas também reprováveis, e em qualquer país democrático do mundo significaria a sua demissão imediata”, declarou Ada Colau, acrescentando que as afirmações de Margallo são “absolutamente antidemocráticas e demonstram uma falta de é ética tentando misturar o terrorismo com uma reivindicação democrática como o direito a decidir”.

Ada Colau afirmou que na Catalunha “sairemos pacificamente mas também com um caráter reivindicativo”, e pediu uma “Diada [Dia da Catalunha] massiva, democrática, de direitos e de liberdades, de pluralidade e diversidade política”. “Estas mobilizações massivas na Diada são mais necessárias que nunca para reivindicar o óbvio, que é a democracia e a diversidade de opiniões perante uma situação de bloqueio absoluto do PP

Este ano as comemorações do Dia da Catalunha são descentralizadas, realizando-se cinco manifestações nas cidades de: Barcelona, Tarragona, Lleida, Salt e Berga.

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