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Chomsky: Quem não reconheceu Trump como “grande mal cometeu um enorme erro”

Ativista político deixa mensagem a eleitores que se recusaram a votar em Clinton e opõe-se ao argumento de Zizek: “Péssimo ponto de vista. Foi o mesmo que pessoas como ele disseram sobre Hitler no início dos anos 30”. Por Deirdre Fulton, Common Dreams.
Foto Andrew Rusk/flickr/cc.

Segundo afirmou Chomsky em entrevista a Medhi Hasan do Al Jazeera, em ambos os níveis, morais e práticos, a escolha era clara.

“Votaria contra o grande mal caso não goste do outro candidato?” perguntou Chomsky, que falou durante a eleição contra a candidatura de Trump – e de facto previu a sua ascensão há seis anos atrás. “A resposta é sim.”

Com um argumento similar ao que foi utilizado pelo cientista político Adolph Reed antes da eleição, Chomsky insiste que os eleitores não precisavam de ter ignorado as falhas sérias de Clinton para reconhecer que Trump é uma ameaça ainda mais séria.

“Não gostava de Clinton, mas os seus posicionamentos são muito melhores dos que os de Trump em todos assuntos que consigo pensar”, disse o professor do MIT à Hasan. Chomsky apoiou Bernie Sanders durante as primárias Democratas.

UpFront: Noam Chomsky e a era Trump

Chomsky também se opôs ao argumento do filósofo Slavoj Zizek de que a vitória de Trump iria “agitar” o status quo. “Péssimo ponto de vista”, disse Chomsky. “Foi o mesmo que pessoas como ele disseram sobre Hitler no início dos anos 30.”

“Ele irá agitar o sistema de um modo terrível”, avançou Chomsky. “O que significa é que agora a esquerda – se Clinton tivesse ganho, teria alguns programas progressistas. A esquerda poderia ter-se organizado. O que fará agora é tentar proteger direitos... ganhos que foram conquistados. É completamente regressivo.”

De facto, alertou o professor: “o resultado colocou o controlo total do governo – executivo, Congresso, o Supremo Tribunal – nas mãos do Partido Republicano (GOP), que se tornou a organização mais perigosa do mundo”.

O GOP dedica-se a “apressar o mais rapidamente possível a destruição da vida humana organizada. Não há precedente histórico para essa posição”.


Tradução da Carta Maior, revista por Mariana Carneiro para esquerda.net.
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