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“Centeno e BdP esforçaram-se para apoiar aumento das taxas de juro e desvalorizar seus impactos”

Mariana Mortágua vê com surpresa a recente análise de Mário Centeno, em que o ex-ministro das Finanças e atual governador do Banco de Portugal defende “um caminho previsível de redução das taxas de juro”. Coordenadora do Bloco reforçou que o Governo tem de obrigar bancos a baixar juros.
Mariana Mortágua. Foto de Ana Mendes.

À margem de um protesto dos precários da RTP no Porto, Mariana Mortágua afirmou que viu com “agrado e surpresa” que Mário Centeno venha agora defender um caminho de redução das taxas de juro, na medida em que o ex-ministro das Finanças e o Banco de Portugal (BdP) “esforçaram-se ao longo deste tempo todo para apoiar aumento das taxas de juro e desvalorizar os seus impactos”.

A coordenadora do Bloco acrescentou que o BdP se empenhou em “produzir estatísticas que tentavam convencer o país e o Governo de que não havia nenhum problema com as taxas de juro porque não havia incumprimento do crédito à habitação”.

Mariana Mortágua assinalou que “o que é importante” é lembrar que antes de deixarem de pagar o crédito à habitação, as famílias portuguesas deixaram de pagar muitas outras coisas, porque não querem perder a sua casa.

De acordo com a dirigente bloquista, a posição de Centeno surge, portanto, “tarde demais”. De qualquer forma, independentemente do que o BdP defende, o Governo português tem de obrigar os bancos a baixar as taxas do crédito à habitação como contrapartida dos seus lucros, em vez de pôr “os contribuintes a pagar os lucros” da banca.

 

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