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Centenas em Lisboa pelo encerramento de Almaraz

Protesto em Lisboa contra a central e a construção, já iniciada pelo governo do Estado espanhol, de um aterro de resíduos nucleares a 100 km da fronteira.
Manifestante com pancarta a dizer "Fechar Almaraz já!"
Manifestação pelo encerramento de Almaraz, esta quinta feira em Lisboa. Foto de António Cotrim/Lusa.

Esta quinta-feira em frente ao consulado do Estado espanhol em Lisboa, manifestaram-se cerca de três centenas de pessoas contra a central nuclear de Almaraz e a construção do aterro de resíduos nucleares que ali já começou a ser construído.

“Fechar Almaraz”, "Chernobyl, Almaraz, Fukushima, nunca mais" e “sim às renováveis, não às nucleares” foram algumas das palavras de ordem entoadas pelas pessoas. Este presente no protesto uma delegação do Estado espanhol, que contou com Obed Santos, deputado do Podemos no parlamento da Extremadura. 

Catarina Martins prestou declarações aos jornalistas e reafirmou a necessidade de um plano de emergência para a questão nuclear em Portugal, algo que já tem sido exigido pelo metereologista Costa Alves.

"Não é compreensível nem aceitável em nenhum país europeu que centrais nucleares possam funcionar depois do seu período de vida. Almaraz é uma central perigosa, que já deveria ter sido encerrada porque já chegou ao fim do seu ciclo de vida e, portanto, é duplamente perigosa e inaceitável a atuação do governo espanhol", criticou Catarina. 

A dirigente bloquista referia-se ao facto de o governo do país vizinho ter iniciado a construção do aterro de resíduos nucleares na central sem ter discutido o assunto com Portugal e sem ter estudado o impacto ambiental que este trará para o território nacional. 

A Assembleia da República portuguesa aprovou por unanimidade posições exigindo o encerramento da Central Nuclear de Almaraz, lembrou Catarina, que acrescentou que "é preciso agora levar essa exigência ao governo espanhol e às instâncias europeias".

"O governo português já iniciou o processo para obrigar a que Portugal seja ouvido no âmbito do estudo de impacto ambiental. Mas é preciso suspender já as obras que estão em curso, não podemos fazer um estudo de impacto ambiental com as obras em curso, é inaceitável", criticou a coordenadora do Bloco.

A Central Nuclear de Almaraz ultrapassou o seu tempo de vida útil em 2010 e fica a 100 km da fronteira com Portugal, no Rio Tejo. Portugal será sempre vítima de qualquer acidente em Almaraz.

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