Apesar de ter recuado na proposta inicial de aumentar a idade da reforma das mulheres dos 55 para os 63 anos — a nova proposta é de 60 anos —, mantendo o aumento dos 60 para os 65 anos no caso dos homens, Putin continua a ver a sua popularidade em queda e os protestos a subirem de tom.
Este domingo, dia de eleições locais e regionais em várias regiões do país, foi também dia de manifestações em várias cidades, onde se misturaram slogans contra o aumento da idade da reforma e contra Putin.
Em Moscovo, cerca de 2000 pessoas concentraram-se na praça Pushkin, enquanto em São Petersburgo os manifestantes foram cerca de mil, sempre sob apertada vigilância policial. As agências de notícias internacionais estimam o número de detidos nos protestos entre as várias centenas e mais de mil manifestantes.
O apelo à manifestação partiu de Alexei Navalny, considerado o maior opositor do presidente e que cumpre mais uma pena de 30 dias de prisão justamente por ter organizado protestos contra o presidente russo. Mas a grande diferença em relação a protestos anteriores foi a dispersão geográfica das manifestações. Apesar da alteração incidir sobre os trabalhadores mais velhos, as manifestações contaram maioritariamente com a presença de jovens, que temem que o adiamento da idade da reforma contribua para os afastar ainda mais do mercado de trabalho.
Putin argumenta que não há dinheiro para pagar pensões sem o aumento da idade da reforma, enquanto os manifestantes afirmam que há dinheiro de sobra no orçamento e que haveria ainda mais se existisse um combate à corrupção no país. A esperança de vida para os homens russos não ultrapassa os 66.5 anos, enquanto para as mulheres chega aos 77 anos.
Москва: столкновения на митинге против пенсионной реформы https://t.co/BYXoBP2urH pic.twitter.com/IjuOFJ541l
— Крым. Реалии (@krymrealii) 9 de setembro de 2018