A organização da manifestação contra o encerramento das Urgência Pediátrica do Centro Hospitalar Tondela-Viseu convidou as várias candidaturas ao Parlamento Europeu a estarem presentes, mas Catarina Martins foi a única cabeça de lista a responder à chamada. “Achamos que era mesmo onde devíamos estar. Vejam bem, estamos no Dia Mundial da Criança e é também o dia em que as Urgências Pediátricas aqui em Viseu vão passar a estar encerradas à noite”, apontou Catarina, sublinhando que “estas pessoas estão a levantar-se por aquilo que é o mais importante, a defesa dos direitos das crianças”.
“Não se pode dizer a estas pessoas para irem durante a noite quando há uma urgência, para a Guarda, para Aveiro ou para Coimbra, escolher entre a autoestrada e o IP3. 80 quilómetros por uma urgência pediátrica à noite, não é possível. As soluções têm de aparecer e têm de ser soluções que têm sentido para cada território”, prosseguiu a candidata do Bloco durante a marcha que juntou centenas de pessoas na manhã de sábado em Viseu.
A presença na manifestação deu também o mote para Catarina reafirmar que “o nosso compromisso com o acesso à saúde e com o direito à saúde é total”, numa altura em que as medidas apresentadas pelo Governo “são uma manta curta demais, para tapar de um lado e destapar de outros”. O que é realmente necessário “é mais capacidade para o Serviço Nacional de Saúde, deixar a política de remendos e investir no acesso à saúde”.
Em Viseu, os concursos para preencher vagas de pediatria têm ficado vazios nos últimos anos e por isso Catarina defende que anunciar novos concursos não é solução nenhuma. “Quando os concursos são exatamente iguais aos concursos anteriores que ficaram vazios, é fazer anúncios que enganam as pessoas”. Para que essa carência de especialistas seja preenchida, em Viseu como noutros pontos do país, “é preciso negociar as carreiras para que haja mais gente a trabalhar no Serviço Nacional de Saúde”, defendeu a candidata bloquista, pois “nós não podemos continuar a formar dos melhores profissionais da Europa para depois eles irem trabalhar para outros países”.

“O plano anunciado pelo Governo diz que vai fazer tudo o que já foi feito e não resolveu. E diz que quando o SNS não conseguir dar mais resposta, vão aparecer uns privados que vão resolver o problema. Está à vista que não é assim”, sublinhou.
E a luta por mais investimento na saúde e nos seus profissionais passa também pelo Parlamento Europeu, concluiu Catarina, apontando a posição do Partido Socialista, do PSD, do CDS e da IL quando aprovaram “uma série de regras que nos impedem de melhorar carreiras no SNS ou tornam mais difícil aos governos nacionais fazerem caminhos para melhores carreiras e mais investimento na saúde”, dando mais poder à Comissão Europeia para determinar as escolhas que cada país pode fazer em matéria orçamental.
“Um voto no Bloco vale o mesmo” em todo o país
Também presente na manifestação, Mariana Mortágua lembrou que este domingo se começa a votar antecipamente para as eleições europeias “e há uma diferença nestas eleições que gostaria de ressalvar: em todo o país um voto no Bloco vale o mesmo. Vale o mesmo em Faro, em Bragança, Vila Real, Lisboa, Beja, Évora e Viseu. É uma lista de círculo único”, ao contrário do que acontece nas legislativas.
“Portugal durante muito tempo olhou para a União Europeia com a esperança de um futuro melhor, de um mundo sem muros, de cooperação, de paz, de progresso, de investimento”, prosseguiu Mariana Mortágua, concluindo que “um voto no Bloco é um voto nesse projeto”, um voto “garantido, determinado, contra políticas de guerra, por uma Europa de paz e de cooperação, por uma Europa de investimento, desenvolvimento, de coesão, de união, de solidariedade”.