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Catalunha: Independentistas reforçam maioria absoluta, PSC é o mais votado

PSC, ERC e Junts quase empatados
Nas eleições autonómicas da Catalunha realizadas neste domingo, 14 de fevereiro, Esquerda Republicana (ERC), Partido Socialista da Catalunha (PSC) e Juntos pela Catalunha (Junts) ficaram quase empatados. O PSC obteve mais votos, 648 mil, enquanto ERC passou os 600 mil e o Junts teve mais de 565 mil. Assim, o PSC e ERC ficaram com o mesmo número de mandatos 33 cada e o Junts elegeu menos um deputado (32).
A subida do PSC é digna de registo pois passou de 17 para 33 deputados. Em termos de votos a subida não é tão acentuada, devido à elevada abstenção, tendo passado de 606 mil que teve em 2017 para 648 mil votos.
No discurso que fez após as eleições, Salvador Illa anunciou que vai candidatar-se a presidente da Generalitat. “Vou apresentar-me à investidura”, declarou Illa, que agradeceu o apoio de Pedro Sánchez, líder do PSOE, e dedicou-lhe a vitória: “Esta é uma vitória nossa, presidente, de todos”, afirmou
“ERC voltará a ter a presidência da Generalitat”, afirma Junqueras
O presidente da ERC, Oriol Junqueras, declarou na noite deste domingo: “Pela primeira vez, nos últimos 80 anos a ERC voltará a ter a presidência da Generalitat”. Junqueras acrescentou ainda, segundo o El Pais, que “a cidadania expressou claramente qual é a sua vontade: o referendo e a amnistia”.
A ERC ficou empatada em número de deputados com o PSC, mas ultrapassou Junts, tornando-se o mais votado partido independentista catalão. A ERC defende um governo de independentistas e na parte final da campanha assinaram, em conjunto com Junts, CUP e PDECat, um compromisso em que se comprometeram a “seja qual for a correlação de forças saída das urnas” “em nenhum caso se fará um acordo de governo com o PSC”.
Na noite deste domingo, o candidato da ERC, Pere Aragonès dirigiu-se ao primeiro-ministro, Pedro Sánchez, e declarou: “É hora de resolver o conflito”.
Maioria mais ampla pela autodeterminação
Pere Aragonès, que é candidato a presidente da Generalitat, declarou também: “Queremos juntar todos os deputados convencidos da amnistia e da autodeterminação. Aragonès dirigia-se assim a En Comú Podem, que manteve os oito mandatos, e propôs a realização de “acordos de base para conseguir os grandes objetivos que nos esperam”.
O candidato da ERC respondia à proposta da candidata de En Comú Podem, Jéssica Albiach, que apelou a um acordo tripartido com PSC e ERC.
De salientar que para além de uma maioria independentista, há uma maioria ainda mais larga que defende a autodeterminação, composta por: ERC, Junts, CUP e En Comú Podem.
Governo de esquerdas, propõe En Comú Podem
Jéssica Albiach declarou na noite deste domingo: “O Governo de esquerdas é imparável. Será o instrumento que tornará possível abrir uma nova etapa na Catalunha”. “Este é o parlamento mais de esquerda de toda a história. Faremos tudo o que esteja nas nossas mãos”, para conseguir um Governo de esquerdas, frisou Jéssica Albiach, que se encontrava acompanhada por Ada Colau, presidente da Câmara de Barcelona.
Colapso do Ciudadanos e subida do Vox aprofundam crise da direita
O Ciudadanos perdeu 30 deputados, passando de 36 para 6 deputados na Catalunha. Um colapso maior ainda do que era esperado.
Simultaneamente, o PP, que já só tinha 4 deputados, perdeu mais um, ficando reduzido a apenas três deputados e volta a não conseguir ultrapassar a fasquia que lhe permitiria formar um grupo parlamentar.
Por sua vez, o partido de extrema-direita Vox sobe fortemente, entra pela primeira vez no parlamento catalão e elege 11 deputados, tornando-se o quarto maior partido da Catalunha. Com estes resultados, o Vox passa a ter mais deputados que PP e Ciudadanos juntos.
CUP alcança uma grande vitória
A CUP, uma força política independentista e de esquerda, foi o partido que conseguiu a maior subida nestas eleições, ao passar de 4 mandatos, que tinha obtido em 2017, para 9 mandatos.
Na intervenção na noite eleitoral de domingo, Dolors Sabater, candidata da CUP, afirmou “esta crise é muito grave e não podemos perder nem um minuto” e defendeu que “não se pode separar a luta independentista de uma mudança social e económica”.
Dolors Sabater revelou também que falou com os representantes de ERC, JxCat e dos comuns (En Comú Podem) propôs-lhes uma reunião com o objetivo de estabelecer um pacto com vários eixos, como a amnistia “e o fim da repressão”, um referendo vinculativo, um plano de aprofundamento de políticas sociais e outro de transição ecológica.
O segundo candidato da CUP, Fernando Riera, lamentou, por sua vez, a baixa participação na votação.
Nestas eleições, a abstenção subiu significativamente e a participação eleitoral foi de 53,5%, a mais baixa em democracia na Catalunha. No entanto, esta participação eleitoral é a mais alta nas eleições autonómicas realizadas durante a pandemia de covid-19 no Estado espanhol.
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Eleições autonómicas da Catalunha – 14 de fevereiro de 2021
Partidos
2021 - mandatos
2017- mandatos
ERC
33
32
PSC
33
17
JxCat
32
34
ECP
8
8
C’s
6
36
Vox
11
-
CUP
9
4
PP
3
4
Notícia atualizada às 15h de 15 de fevereiro de 2021
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