Caso Espírito Santo: 11 crimes já prescreveram e 21 prescrevem até março

03 de outubro 2024 - 22:05

Ao todo são 32 crimes que já prescreveram ou vão prescrever no primeiro trimestre de 2025. Ricardo Salgado passa a ser acusado de 52 crimes, menos 13 do que antes.

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Ricardo Salgado
Ricardo Salgado. Foto de Tiago Petinga/Lusa

Já 11 crimes relacionados com o caso Universo Espírito Santo prescreveram e o processo-crime ainda nem se iniciou. Até março de 2025 deverão prescrever mais 21 crimes, nomeadamente os de infidelidade e falsificação de documento.

A Ricardo Salgado prescreveram já três acusações, que incluem a “viciação” de um contrato com empresa do grupo. Devido ao atraso do processo, Paulo Nacif Jorge, um ex-funcionário do BES na gestão da operação internacional chega mesmo a sair do banco dos réus, uma vez que este era o único crime do qual era acusado.

Mas até março do ano que vem deverão prescrever mais dez acusações a Salgado, que passará a ser acusado de 52 crimes em vez dos 65 de que originalmente foi alvo pelo Ministério Público.

A prescrição dos crimes acontece com base no período de tempo que passou desde que foram cometidos e varia na tipologia criminal, com alguns crimes a terem tempos de prescrição mais longos que outros.

Também o antigo contabilista do Grupo Espírito Santo, Francisco Machado da Cruz, e outros envolvidos no caso, como Amílcar Morais Pires, Etienne Cadosch, Pedro Góis Pinto e Michel Creton viram esta semana os processos sobre crimes de infidelidade e falsificação de documento a desaparecer.

Entre as acusações a Salgado que ainda não prescreveram estão a associação criminosa, corrupção ativa no setor privado, burla qualificada, manipulação de mercado e branqueamento, segundo avança o Expresso.

O julgamento está agendado para começar dia 15 de outubro, com as “exposições introdutórias” dos visados, dos arguidos e das testemunhas. O processo-crime demorou tanto tempo a começar que já se verificou a morte de alguns arguidos. É o caso de Francisco Castella, ligado à contabilidade do grupo Espírito Santo e de José Manuel Espírito Santo, primo de Ricardo Salgado e gestor do Banco Espírito Santo (BES).

Lembre-se que o implosão do grupo Espírito Santo gerou prejuízos na ordem dos 18 mil milhões de euros, cerca de 7% da economia nacional. Há suspeita de mais de 671 crimes com mais de 30 arguidos e Ricardo Salgado representa 20% dos crimes imputados. Ao todo são sete processos centrais em torno da queda do grupo e do BES.

Termos relacionados: SociedadeCrise do BES