O comunicado do DCIAP começou por referir cinco arguidos, sendo corrigido para nove a meio da tarde de terça-feira, notando que entre eles se encontrava uma empresa. A SIC divulgou que um dos nomes acusados pela justiça é o de Arlindo de Carvalho, antigo ministro da Saúde de Cavaco Silva. Mais tarde, o Diário Económico revelou que a empresa é a Amplimóveis, presidida pelo mesmo Arlindo de Carvalho, que também pertenceu à Comisão Política de Luís Filipe Menezes no PSD, sendo depois mandatário de Santana Lopes na corrida à liderança do partido, quando acabou derrotado por Manuela Ferreira Leite.
Segundo o cálculo divulgado numa recente reportagem da SIC sobre o "caso BPN", Arlindo de Carvalho é um dos maiores devedores do banco, com cerca de 60 milhões de euros. Uma dívida que o ex-ministro não reconhece e que contribui para o buraco sem fundo do grupo financeiro criado por ex-governantes do PSD.
Segundo a Procuradoria Geral da República, os crimes de que são acusados passam por burla qualificada, abuso de confiança e fraude fiscal qualificada. Tudo indica que no centro deste processo esteja o financiamento por parte do BPN a alguns negócios imobiliários protagonizados por figuras ligadas ao grupo. Também foi deduzido o pedido cível no montante superior a 15 milhões de euros, acrescenta o comunicado da PGR.
O Diário Económico diz ainda que o processo teve origem numa queixa crime do BPN/SLN e estarão implicados nestes negócios o fundador do banco, Oliveira e Costa, e dois homens da sua confiança, Francisco Sanches e Luís Caprichoso, para além de Arlindo de Carvalho e do seu sócio José Neto. Ricardo Oliveira, advogado que surge associado aos negócios imobiliários do BPN e José Monteverde, ex-presidente da ParqueInvest Imobiliária são outros dois nomes avançados pela edição online do Económico.