A partir de 27 de dezembro, vários cidadãos têm observado que a água na zona da Açude Insuflável de Abrantes tem uma cor acastanhada formando-se espuma. Tendo tido conhecimento da situação, os deputados Fabíola Cardoso, Maria Manuel Rola e Nelson Peralta questionaram o Ministério do Ambiente e Ação Climática.
Os deputados bloquistas querem saber se o ministro tem conhecimento “desta nova vaga de poluição no Rio Tejo”, se sabe “quais as fontes poluidoras” e o resultou das análises recolhidas. João Matos Fernandes é ainda questionado sobre as causas da “constante variabilidade do caudal do rio Tejo” que é, por si só, “um grave problema” que tem “fortes impactos nas espécies piscícolas e na sua reprodução.
A situação na zona de Abrantes continuou a verificar-se desde a primeira ocorrência. A questão enviada pelo Bloco ao governo cita o testemunho de pescadores que dizem que nas manhãs dos dias 31 de dezembro e 5 de janeiro “a espuma atingiu uma altura de cerca de um metro em ambas as margens e espalhou-se numa extensão considerável em direção à Vila de Constância”. Para além disso, os pescadores revelaram que, “desde meados do mês de novembro, a captura de peixe é escassa e, muitos dias, nula”. Repudiando “mais esta onda de poluição”, o Bloco considera urgente descobrir a origem da situação.
Recentemente, revela o partido, foram mesmo feitas denúncias na linha SOS Ambiente e Território e na PSP de Abrantes.
Água acastanhada, espuma e variabilidade do caudal "um padrão" no rio Tejo
O vereador do Bloco em Abrantes, Armindo Silveira, confirmou a existência de poluição. Armindo Silveira relata detalhadamente uma das visitas realizadas ao local na passada quinta-feira na qual verificou que a água na praia do Alamal, em Gavião, na Cais Barragem do Fratel e no Cais do Arneiro está acastanhada. Na zona de descarga da barragem do Fratel, para além do mesmo tom da água, também se nota a existência de espuma. O autarca bloquista salienta ainda que, entre a manhã e a tarde deste dia, o caudal nesta zona “baixou mais de um metro e meio”, tendo o nível das águas “reduzido imenso mais parecendo uma ribeira”.
A mesma redução do nível das águas foi registada na zona de descargas da Barragem de Belver que estava da parte da tarde “quase seca”.
O vereador do Bloco conclui que se confirma “um padrão no rio Tejo já muito familiar: água acastanhada, formação de espuma e variabilidade acentuada de caudal”.