Bloco defende justiça acessível e combate à violação do segredo de justiça

22 de abril 2025 - 15:36

O líder parlamentar do Bloco apresentou propostas sobre taxas de justiça, defensoria pública, investimento em meios e recursos humanos e soluções tecnológicas para prevenir fugas de informação.

PARTILHAR
Fabian Figueiredo nas Jornadas Parlamentares do Bloco.
Fabian Figueiredo nas Jornadas Parlamentares do Bloco. Foto de Rafael Medeiros.

Em declarações ao programa Fórum TSF esta terça-feira, Fabian Figueiredo falou sobre a relação entre a justiça e a política para defender a sua separação como princípio do Estado de direito democrático, “o que não quer dizer que nós não devamos debater as políticas de justiça, identificar o que está bem e o que está mal e coletivamente propor alternativas”.

Identificou como um dos problemas o acesso à justiça, já que esta “é cara” devido às taxas. Daí que o Bloco defenda a criação de uma defensoria pública que garanta que haja uma instituição à qual os cidadãos podem recorrer e também a redução e isenção de pagamentos de taxas.

Outro dos problemas é aquele que voltou a estar recentemente na ordem do dia, a violação do segredo de justiça com “casos que saltam para a comunicação social e que se arrastam ao longo de anos sem que uma pessoa seja sequer ouvida ou que seja constituída arguida ou seja posteriormente acusada”.

O líder da bancada parlamentar do Bloco considera que isso “mina a confiança na justiça e, por consequência, na democracia”. E avança como solução o combate à morosidade da justiça e a aplicação de soluções tecnológicas. Isto porque muitas vezes não se consegue identificar onde é que se operou a violação de segredo de justiça. O que preveniria seria a limitação de acesso à informação, criando “várias camadas de encriptação” com “várias camadas de registos de acesso à informação”, para “garantir que só acede à informação quem deve aceder à informação”.

O partido compromete-se a pugnar para que se utilizem “todos os mecanismos que a tecnologia tem para se prevenir que aconteça a divulgação de informação que não deve ser divulgada”. Até porque “se toda a gente souber quem é que acedeu à informação, pensar-se-á duas vezes se se divulga ou não a informação que não deve ser divulgada”.

Tudo isto implica ainda “mais investimento” porque significa que o Ministério Público e a Polícia Judiciária devem ter os meios necessários, que devemos ter “oficiais de justiça suficiente para garantir que os processos avançam e que não ficam bloqueados nos tribunais por falta de recursos humanos”.