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Bloco chama Sindicato dos Jornalistas e Marco Galinha ao Parlamento

O requerimento entregue esta quarta-feira propõe audições dedicadas à degradação das condições laborais que se vive no grupo Global Media, do qual fazem parte o JN, DN ou TSF.
Marco Galinha
Marco Galinha. Foto Grupo Bel.

Depois da denúncia do Sindicato dos Jornalistas esta semana, relativa a novos atrasos no pagamento de salários aos trabalhadores precários do grupo Global Media, os deputados Jorge Costa e José Soeiro entregaram um requerimento na Comissão de Cultura e Comunicação Social para a realização de audições com a presença do Sindicato dos Jornalistas, bem como do presidente do conselho de administração do grupo Global Media, Marco Galinha.

A Global Media, detida pelo empresário Marco Galinha através do Grupo BEL, anunciou em outubro o despedimento coletivo de 81 trabalhadores, 17 dos quais jornalistas. Tal sucede depois de o grupo ter entrado em lay-off em abril de 2020 e recebido 858 mil euros em ajudas diretas do Estado à comunicação social.

Para os deputados, “a acelerada degradação laboral num grupo de comunicação social com a importância deste exige escrutínio público e parlamentar, sobretudo considerando a dimensão das ajudas públicas de que vem beneficiando. É necessário que o Sindicato dos Jornalistas, bem como o presidente do conselho de administração da Global Media, Marco Galinha, venham à Assembleia da República para discutir o assunto”, pode ler-se no requerimento.

A 22 de abril deste ano, a Global Media anunciou ainda a adesão do grupo ao regime para a retoma progressiva de atividade, justificando assim reduções até 40% do horário de trabalho e cortes de 6% nos salários acima dos 1.995 euros brutos, em todas as suas áreas de atividade. Esta redução de horário terá graves impactos no quotidiano dos trabalhadores precários do grupo, chamados a suprir as lacunas assim abertas. 

A par destas medidas, o Grupo BEL, proprietário da Global Media vem procedendo a relevantes aquisições, nomeadamente a das participações do grupo Impresa na Agência Lusa e na distribuidora VASP, por 2,1 milhões de euros, também em abril.  

Segundo o Sindicato de Jornalistas, muitos trabalhadores precários do grupo "ainda não receberam o pagamento dos trabalhos" relativos ao mês de fevereiro. Os jornalistas nesta situação "trabalham para as diversas publicações do grupo, nomeadamente para o DN, TSF, JN, O Jogo, entre outros títulos, a recibo verde, e contribuem todos os dias para fazer cada uma das edições". O sindicato solicitou uma reunião à administração do grupo, até agora sem resultado.

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