Na reunião da Mesa Nacional do Bloco de Esquerda este sábado foi aprovada a lista de candidatos do partido às próximas eleições europeias, o manifesto eleitoral e uma resolução com o título “Oposição total ao governo regressivo da direita”.
Ler manifesto eleitoral do Bloco às eleições europeias de 9 de junho
O documento considera que o Programa do Governo está “cheio de promessas vagas e pouco transparentes, assume o caderno de encargos dos mais ricos e poderosos”, sendo “um ataque ao trabalho, à segurança social, à saúde, à educação e à habitação porque quer ser um festim para os grandes patrões, para o lóbi do negócio privado da saúde, para o setor financeiro e para os especuladores imobiliários”.
Acusa-se a direita de se colocar “do lado de quem tem beneficiado da crise” do custo de vida, de querer “promover o recuo em direitos laborais recentemente conquistados e colocar em xeque normas imperativas do direito do trabalho, como é o caso dos mecanismos de mobilidade, dos períodos experimentais, do tempo de trabalho e de aspetos relativos à extinção dos vínculos”.
Repara-se que o aumento do salário mínimo é “condicionado à evolução da inflação e da produtividade, consolidando a posição de Portugal na cauda da Europa a nível salarial”. Sendo que “no melhor cenário, em 2028 ainda será inferior ao que é hoje praticado no Estado espanhol”. Ao mesmo tempo pretende-se “instituir mecanismos de isenção de tributação de prémios de produtividade, através dos quais as empresas pouparão em impostos e descontos, enquanto os trabalhadores perderão em pensões futuras”.
Critica-se ainda a oferta da redução da tributação às grandes empresas “numa borla de milhares de milhões de euros à banca, às empresas da grande distribuição e da energia” a que se soma “uma série de benefícios fiscais para o imobiliário e para multinacionais”.
O Bloco está ainda contra a “demolição do Estado social” por parte de um governo cuja “única política de saúde que apresenta é a privatização”, que “não assume um investimento na Escola Pública que resolva o problema da falta de professores e melhore a qualidade da Educação” e não tem “nenhum compromisso claro” com a melhoria dos seus salários e carreiras da Função Pública”.
No plano da habitação “a direita limita-se, como se previa, a promover os interesses dos especuladores e dos grandes proprietários prevendo apenas benefícios fiscais para construtores, parcerias público-privadas e o fim da limitação do Alojamento Local”.
Para além disso, abre-se “caminho à privatização parcial da Segurança Social, através de fundos de capitalização privados”, agravam-se “as desigualdades no acesso à Justiça”, promove-se “a criminalização da imigração e o trabalho clandestino” e recusa-se “uma transformação ecológica da economia e do território que responda à crise climática”.
O partido sublinha que a moção de rejeição do programa do governo apresentada “sinaliza que será a mais frontal oposição ao governo da direita, ao mesmo tempo que será a força determinada pela convergência unitária da oposição e do movimento popular contra os retrocessos que o governo da direita pretende impor”.
Lista do Bloco de Esquerda às eleições de 9 de junho para o Parlamento Europeu:
1- Catarina Martins - 50 anos, atriz.
2 - José Gusmão - 47 anos, economista e eurodeputado (Faro)
3 - Anabela Rodrigues - 47 anos, mediadora cultural (Lisboa)
4 - Alexandre Abreu - 45 anos, economista e professor universitário (Lisboa)
5 - Paula Cosme Pinto, 39 anos, consultora de comunicação, ativista feminista (Lisboa) -independente
6 - Luís Fazendeiro - 47 anos, investigador em sistemas sustentáveis (Setúbal)
7 - Aurora Ribeiro - 39 anos, investigadora (Ilha do Faial, Açores)
8 - Marcos Farias Ferreira - 53 anos, professor universitário (Lisboa)
9 - Mónica Pestana - 35 anos, produtora audiovisual (Madeira)
10 - Santiago Mbanda Lima - 34 anos, diretor financeiro (Entroncamento)
11 - Teresa Coutinho, 35 anos, encenadora e atriz (Lisboa) – independente
12 - André Barata, 51 anos, professor universitário e filósofo (Covilhã) – independente
13 - Patrícia Rico, 33 anos, médica (Évora) – independente
14 - José Abrantes 43 anos, trabalhador de call center e membro da direção do SINTTAV- Lisboa (teleperformance)
15 - Sheila Khan, 51 anos, professora universitária (Braga) - independente
16 - Mário Gonçalves, 52 anos, psicólogo clínico e diretor técnico do Centro de Apoio à Vida Independente do Norte (Vila Real)
17 - Suzana Semião Ruano, 42, técnica superior, língua e cultura mirandesa (Miranda do Douro) - independente
18 - Rafael Tormenta, 66 anos, professor (Porto) – independente
19 - Ana Durães, 22 anos, trabalhadora-estudante, ativista social (Lisboa)
20 - Fátima Teixeira, 59 anos, geóloga, ativista climática (Unidos pelo Sudoeste – Odemira)
21 - José Manuel Pureza, 65 anos, professor catedrático de Relações Internacionais (Coimbra)
Suplentes:
1 - Jorge Paiva, 39 anos, educador social (Porto)
2 - Norberta Grilo, 52 anos, inspetora do trabalho (Braga)
3- Gonçalo Filipe, 27 anos, consultor informático (Lisboa)
4 - Inês Antunes, 25 anos, operadora call center (Castelo Branco)
5 - Paulo Sousa, 47 anos, Funcionário da Autoridade Tributária (Lisboa)
6 - Joana Ideias, 36 anos, professora (Setúbal)
7- José Raposo, 62 anos vigilante (Lisboa)
8 - Frederico Portugal, 24 anos, operador de loja (Leiria)