Bloco aprova lista e manifesto às eleições europeias

13 de abril 2024 - 23:35

Leia aqui o manifesto e a lista completa dos candidatos do Bloco de Esquerda às próximas europeias e a resolução da Mesa Nacional do partido que pretende ser uma “força determinada pela convergência unitária da oposição”.

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Foto de Paulete Matos.
Foto de Paulete Matos.

Na reunião da Mesa Nacional do Bloco de Esquerda este sábado foi aprovada a lista de candidatos do partido às próximas eleições europeias, o manifesto eleitoral e uma resolução com o título “Oposição total ao governo regressivo da direita”.


Ler manifesto eleitoral do Bloco às eleições europeias de 9 de junho 


O documento considera que o Programa do Governo está “cheio de promessas vagas e pouco transparentes, assume o caderno de encargos dos mais ricos e poderosos”, sendo “um ataque ao trabalho, à segurança social, à saúde, à educação e à habitação porque quer ser um festim para os grandes patrões, para o lóbi do negócio privado da saúde, para o setor financeiro e para os especuladores imobiliários”.

Acusa-se a direita de se colocar “do lado de quem tem beneficiado da crise” do custo de vida, de querer “promover o recuo em direitos laborais recentemente conquistados e colocar em xeque normas imperativas do direito do trabalho, como é o caso dos mecanismos de mobilidade, dos períodos experimentais, do tempo de trabalho e de aspetos relativos à extinção dos vínculos”.

Repara-se que o aumento do salário mínimo é “condicionado à evolução da inflação e da produtividade, consolidando a posição de Portugal na cauda da Europa a nível salarial”. Sendo que “no melhor cenário, em 2028 ainda será inferior ao que é hoje praticado no Estado espanhol”. Ao mesmo tempo pretende-se “instituir mecanismos de isenção de tributação de prémios de produtividade, através dos quais as empresas pouparão em impostos e descontos, enquanto os trabalhadores perderão em pensões futuras”.

Critica-se ainda a oferta da redução da tributação às grandes empresas “numa borla de milhares de milhões de euros à banca, às empresas da grande distribuição e da energia” a que se soma “uma série de benefícios fiscais para o imobiliário e para multinacionais”.

O Bloco está ainda contra a “demolição do Estado social” por parte de um governo cuja “única política de saúde que apresenta é a privatização”, que “não assume um investimento na Escola Pública que resolva o problema da falta de professores e melhore a qualidade da Educação” e não tem “nenhum compromisso claro” com a melhoria dos seus salários e carreiras da Função Pública”.

No plano da habitação “a direita limita-se, como se previa, a promover os interesses dos especuladores e dos grandes proprietários prevendo apenas benefícios fiscais para construtores, parcerias público-privadas e o fim da limitação do Alojamento Local”.

Para além disso, abre-se “caminho à privatização parcial da Segurança Social, através de fundos de capitalização privados”, agravam-se “as desigualdades no acesso à Justiça”, promove-se “a criminalização da imigração e o trabalho clandestino” e recusa-se “uma transformação ecológica da economia e do território que responda à crise climática”.

O partido sublinha que a moção de rejeição do programa do governo apresentada “sinaliza que será a mais frontal oposição ao governo da direita, ao mesmo tempo que será a força determinada pela convergência unitária da oposição e do movimento popular contra os retrocessos que o governo da direita pretende impor”.

Lista do Bloco de Esquerda às eleições de 9 de junho para o Parlamento Europeu:

1- Catarina Martins - 50 anos, atriz.

2 - José Gusmão - 47 anos, economista e eurodeputado (Faro)

3 - Anabela Rodrigues - 47 anos, mediadora cultural (Lisboa)

4 - Alexandre Abreu - 45 anos, economista e professor universitário (Lisboa)

5 - Paula Cosme Pinto, 39 anos, consultora de comunicação, ativista feminista (Lisboa) -independente

6 - Luís Fazendeiro - 47 anos, investigador em sistemas sustentáveis (Setúbal)

7 - Aurora Ribeiro - 39 anos, investigadora (Ilha do Faial, Açores)

8 - Marcos Farias Ferreira - 53 anos, professor universitário (Lisboa)

9 - Mónica Pestana - 35 anos, produtora audiovisual (Madeira)

10 - Santiago Mbanda Lima - 34 anos, diretor financeiro (Entroncamento)

11 - Teresa Coutinho, 35 anos, encenadora e atriz (Lisboa) – independente

12 - André Barata, 51 anos, professor universitário e filósofo (Covilhã) – independente

13 - Patrícia Rico, 33 anos, médica (Évora) – independente

14 - José Abrantes 43 anos, trabalhador de call center e membro da direção do SINTTAV- Lisboa (teleperformance)

15 - Sheila Khan, 51 anos, professora universitária (Braga) - independente

16 - Mário Gonçalves, 52 anos, psicólogo clínico e diretor técnico do Centro de Apoio à Vida Independente do Norte (Vila Real)

17 - Suzana Semião Ruano, 42, técnica superior, língua e cultura mirandesa (Miranda do Douro) - independente

18 - Rafael Tormenta, 66 anos, professor (Porto) – independente

19 - Ana Durães, 22 anos, trabalhadora-estudante, ativista social (Lisboa)

20 - Fátima Teixeira, 59 anos, geóloga, ativista climática (Unidos pelo Sudoeste – Odemira)

21 - José Manuel Pureza, 65 anos, professor catedrático de Relações Internacionais (Coimbra)

 

Suplentes:

1 - Jorge Paiva, 39 anos, educador social (Porto)

2 - Norberta Grilo, 52 anos, inspetora do trabalho (Braga)

3- Gonçalo Filipe, 27 anos, consultor informático (Lisboa)

4 - Inês Antunes, 25 anos, operadora call center (Castelo Branco)

5 - Paulo Sousa, 47 anos, Funcionário da Autoridade Tributária (Lisboa)

6 - Joana Ideias, 36 anos, professora (Setúbal)

7- José Raposo, 62 anos vigilante (Lisboa)

8 - Frederico Portugal, 24 anos, operador de loja (Leiria)

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