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Bangladesh: Centenas de pessoas despedidas após greves em fábricas têxteis

Centenas de trabalhadoras e trabalhadores foram demitidos de fábricas têxteis, que produzem para marcas como a H&M e a Primark, após fazerem greves por aumentos salariais. Durante a paralisação, 52 fábricas tiveram de parar as suas atividades.
Foto de MONIRUL ALAM, EPA/Lusa.

Durante uma semana, milhares de trabalhadoras e trabalhadores promoveram uma paralisação no Bangladesh por aumentos salariais, levando a que 52 fábricas parassem as suas atividades.

No início do ano, o governo do Bangladesh anunciou um aumento do salário mínimo de cerca de 50%, para cerca de 8000 takas, o equivalente a 83 euros por mês. Os trabalhadores intermédios contestaram, contudo, o parco aumento que lhes foi atribuído, e que não corresponde à subida do custo de vida, principalmente no que concerne à habitação.

Segundo o líder sindical Aminul Islam, os donos de fábricas recorreram à violência contra os manifestantes. As autoridades utilizaram canhões de água e gás lacrimogéneo para dispersar os manifestantes em Savar, no centro do país, causando a morte de um trabalhador.

No domingo, 13 de janeiro, o governo do Bangladesh negociou um acordo entre sindicatos e patronato para acabar com o conflito social, anunciando um aumento para os trabalhadores intermédios. Alguns destes trabalhadores, que produzem para várias marcas ocidentais, algumas das quais de luxo, receberão apenas mais 20 taka (0,20 euros) mensais por mês.

"O aumento dos salários foi injusto", disse à AFP Ruhul Amin, presidente executivo do Centro Sindical de Vestuário.

Entretanto, centenas de trabalhadores que regressaram ao trabalho esta quarta-feira descobriram que foram despedidos, com as suas fotos exibidas na entrada das fábricas.

O Bangladesh é o segundo maior exportador de roupas depois da China. O país pretende desenvolver ainda mais o setor para uma indústria de 50 mil milhões de dólares por ano até 2023, face aos cerca de 30 mil milhões de dólares registados atualmente.

Com cerca de 165 milhões de habitantes, o Bangladesh conta com uma economia centrada em grande parte na sua indústria têxtil. Milhões de trabalhadores encontram-se empregados em 4500 fábricas de roupa de marcas de baixo custo como H&M, Primark, Walmart, Tesco, Carrefour e Aldi.

 

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