Está aqui
Banca: sindicatos denunciam clima de “terror” e concertação para despedir
Sete sindicatos de trabalhadores bancários foram ouvidos esta quinta-feira numa audição da Comissão Parlamentar de Trabalho e Segurança Social sobre os processos de despedimento coletivo em curso. Os sindicalistas contaram o clima de “terror” e “assédio moral” que se vive nestas empresas e denunciaram uma “concertação de atuação” entre diversos bancos que estão a empreender processos de dispensa de trabalhadores ao mesmo tempo.
Rute Santos, do Sintaf, sindicato da CGTP, disse que apesar de não haver “provas” concretas de cartelização “não deixa de ser de estranhar a forma como os bancos, nas várias localidades, fecham ou não as suas agências. Parece haver conversações entre os vários bancos, não só na política de pessoal e não só no modelo de distribuição. Não sei se podemos falar de cartelização, mas há uma concertação de atuação. O que põe em causa a atuação da Autoridade da Concorrência”.
A mesma ideia foi reforçada por Paulo Marcos do sindicato independente SNQTB: “a similitude dos argumentos, da temporalidade, da intensidade, da assessoria comum e das minutas que são propostas: são demasiadas coincidências para não suscitar uma interrogação”. E por Fernando Fonseca do SIB que defende que a banca está “sempre em constante diálogo” e que “não fazem nada sem conversar uns com os outros”.
As estruturas sindicais são unânimes em salientar semelhanças como o recurso aos mesmos gabinetes jurídicos, a proposta dos mesmos valores compensatórios em entidades diferentes, bem como cartas, prazos e minutas semelhantes. Querem assim que Autoridade da Concorrência e Banco de Portugal intervenham nos despedimentos e no encerramento de agências um pouco por todo o país.
Mais Sindicato, Sindicato de Bancários do Norte, Sindicato dos Bancários do Centro, Sintaf, Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários, Sindicato de Trabalhadores das Empresas do grupo Caixa Geral de Depósitos e Sindicato Independente da Banca criaram uma frente inédita no setor e são unânimes em criticar as reduções de pessoal em empresas com lucros. Para eles, o despedimento coletivo está a ser utilizado como forma de “intimidação” e “pressão” para levar os trabalhadores a abandonar os postos de trabalho. E usam ainda expressões como “assédio moral” e a instigação de um “clima de terror”.
Adicionar novo comentário