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Ativistas angolanos brutalmente atacados pela polícia

Este sábado, oito ativistas angolanos, entre os quais Luaty Beirão, foram agredidos e detidos pelas autoridades angolanas. “Houve tortura, houve agressões, houve muita violência”, denunciam.
Foto retirado do facebook de Central Angola 7311.

No final da manhã deste sábado, hora de Lisboa, o Club-K noticiava que Luaty Beirão, Rosa Conde, Laurinda Gouveia, Graciano Brinco, Divac Freire, Nuno Álvaro Dala, Albano Bingu, Elizabete Campos “e mais ativistas que se deslocaram essa manhã à Comarca de Viana, em visita ao preso Francisco Gomes Mapanda ‘Dago Nível’, foram brutalmente torturados e estão nessa altura a ser levados para local incerto num carro da Polícia Nacional”.

“Nós tínhamos agendado uma visita para hoje, no seguimento da pressão que temos estado a fazer”, avançou, entretanto, Mbamza Hamza - um dos ativistas que, em junho de 2015, foi detido quando discutia um livro sobre métodos pacíficos de protesto - em declarações ao Observador.

Segundo Mbamza Hamza, “testemunhas lá no local” assinalaram que os ativistas foram “torturados” e levados para “parte incerta” num carro da Polícia Nacional.

O ataque aconteceu quando o grupo de ativistas tentou visitar Francisco Gomes Mapanda, conhecido por “Dago”, que foi condenado a oito meses de prisão por ter provocado “desordem no tribunal”, ao gritar que o julgamento era “uma palhaçada”.

Ao chegarem à Comarca de Viana, foi-lhes dito que as visitas tinham sido suspensas: “Primeiro disseram que havia uma atividade na prisão, depois disseram que havia uma infestação na sala, depois que havia um visitante importante na prisão, mas eles não nos queriam dizer quem era”, relatou Luaty Beirão ao Observador após ter sido libertado.

“Quisemos apresentar reclamação e eles mandaram-nos para o outro lado da prisão, disseram-nos que na porta de visitas ia estar lá alguém para dar respostas”, acrescentou.

Na porta das visitas, um superior da prisão recusou-se a prestar quaisquer informações e “fechou o portão na cara” dos ativistas.

Pouco depois, o grupo foi abordado por um enorme aparato policial que, segundo Luaty, envolvia “polícia, seguranças da prisão, carros, motas, tudo”.

“Eu levei um pontapé na cabeça, outro no braço, levei uma chapada e pisaram-me as costas, quando eu já estava deitada”, relatou a ativista Rosa Conde, que ficou com “a cabeça dorida, uma parte do braço inflamada, com feridas nos pés e nas mãos”.

O grupo foi agredido “na via pública, em frente a dezenas de pessoas que estavam ali para fazer visita”, referiu Luaty Beirão.

“A polícia foi muito agressiva, começaram a arrastar as pessoas, começaram a agredir”, relatou, por sua vez, Divac Freire. “Houve tortura, houve agressões, houve muita violência. Alguns até ficaram com hematomas”, vincou.

Os ativistas foram posteriormente algemados e conduzidos numa carrinha de caixa aberta da Polícia Nacional até ao Comando Geral de Viana, onde acabaram por ser libertados.

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