Ataque em Paris a dois dias das eleições presidenciais

21 de abril 2017 - 14:25

Jean-Luc Mélenchon declarou a sua solidariedade para com o polícia morto e os feridos, e deixou uma mensagem de solidariedade e resistência contra o terror: “Nada de pânico! Não devemos interromper a democracia.

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Torre Eiffel, por Etienne Laurent, EPA/Lusa
Torre Eiffel, por Etienne Laurent, EPA/Lusa

A apenas dois dias da primeira volta das presidenciais francesas, um ataque na Avenida dos Campos Elísios, em Paris, matou um polícia e feriu outros dois bem como uma transeunte civil.

O atacante foi abatido no local, estando as autoridades à procura de um segundo suspeito belga que teria entrado em França, de comboio, na quinta-feira. 
 
O autor do ataque foi identificado como um francês de 39 anos, detido em fevereiro por ameaças terroristas contra a polícia. 
 
O Daesh reivindicou o ataque, não sendo clara ainda a relação do atacante com a organização. 
 
Três familiares do atacante foram colocados em prisão preventiva esta manhã. 

“Nada de pânico! Não devemos interromper a democracia"

 
Os efeitos na campanhas das presidenciais são difíceis de prever, com os diferentes candidatos a assumirem as suas posições. 
 
Jean-Luc Mélenchon declarou no momento a sua "solidariedade para com os políticas mortos e feridos e as suas famílias", num tuíte onde escreve ainda que “Os atos terroristas não serão jamais impunes, e os cúmplices jamais esquecidos": 

 

Hoje, reforçou a mensagem de solidariedade com um vídeo onde pede que se evite o pânico: “Nada de pânico. Não devemos interromper a democracia. (…) O nosso dever de cidadania é não nos deixarmos rebaixar pelos inimigos da República, mas pelo contrário, permanecer unidos.” 
 
 

O grande arco internacional do medo

 
François Fillon e Marine Le-Pen decidiram explorar o momento, suspendendo a campanha e dramatizando o ataque. 
 
O candidato conservador declarou que iria prolongar o “estado de emergência” e os poderes reforçados do executivo em termos de segurança se fosse eleito presidente. 
 
Marine Le Pen não se comediu e propôs o encerramento de todas as mesquitas em França, a expulsão de imãs e o encerramento de fronteiras, reforçando a mensagem de exnofobia e intolerância no final da campanha. E recebeu um apoio inusitado. 
 
Se a vitória de Donald Trump mereceu os aplausos de Marine Le Pen em novembro passado, agora é a vez de Trump retribuir o gesto num tuíte cuja ambiguidade deve ser interpretada por aquilo que é, um apoio a Marine Le Pen. 
 
No texto do tuíte podemos ler “Outro ataque em Paris. O povo de França não vai aceitar muito mais. Terá um grande efeito nas eleições presidenciais!”.