"Aqueles que tiraram o pão, ralham todos a ver se nenhum fica com responsabilidade"

24 de junho 2013 - 2:04

A coordenadora nacional do Bloco de Esquerda Catarina Martins afirmou, durante a apresentação dos candidatos autárquicos do Seixal, que existe um "passa culpas" nacional e internacional em relação às políticas de austeridade, referindo que "todos ralham a ver se nenhum fica com a responsabilidade".

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"Face ao descalabro enorme das políticas de austeridade na Europa, um desemprego galopante, uma grande perda de salários e uma dívida que não para de crescer, as instituições começaram a dizer que há erros e que se calhar não fizeram bem as coisas", disse, durante a apresentação dos candidatos do Bloco de Esquerda à Câmara e Assembleia Municipal do Seixal.

Catarina Martins referiu que existe agora uma nova forma de fazer política: "Aqueles que tiraram o pão, ralham todos a ver se nenhum fica com responsabilidade".

"O FMI diz que errou e que se calhar a Comissão Europeia é que obrigou a ser assim. O BCE e Comissão Europeia dizem que o FMI é que desenha programas e Cavaco Silva diz que o FMI deve sair da 'troika'. O governo e Durão Barroso aproveitam a confusão e falam de crescimento", apontou.

"Vejam o cinismo deste passa culpas nacional e europeu, de dizer que vamos entrar num novo período sem FMI e com crescimento, quando o que está a ser feito é mais do mesmo, com políticas de austeridade e despedimentos na função pública", referiu.

A coordenadora bloquista apelou também à adesão dos trabalhadores à Greve Geral, apesar de referir que está consciente que para muitos trabalhadores custa perder um dia de salário na situação atual.

"Cada trabalhador que tem o instrumento da greve ao seu alcance, sabe que existe 1,5 milhões desempregados em luta contra este governo e que não podem fazer greve. Sabem que existem pensionistas que trabalharam toda uma vida e não podem fazer greve. É em nome destes que também se faz a greve", defendeu.

Catarina Martins deixou também críticas a Poiares Maduro, referindo que o ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional "anda um bocadinho amuado porque as pessoas contestam tudo".

"Devia ser melhor que as pessoas perdessem o emprego ou os seus salários caladas, e que fizessem greve nas férias ou nos dias das folgas, para não incomodar ninguém. Que chatice, um país onde há gente que não se resigna", concluiu.

O Bloco de Esquerda candidata no Seixal Luís Cordeiro à Câmara Municipal e Vítor Cavalinhos à Assembleia Municipal.