O primeiro-ministro anunciou a sua demissão esta terça-feira numa declaração ao país depois de uma manhã com buscas à sua residência oficial e o anúncio que era alvo de uma investigação por parte do Ministério Público.
As investigações são sobre a atribuição de concessões de exploração de lítio em Montalegre e Boticas e dos projetos do hidrogénio verde e do data center em Sines. Para além das buscas, houve várias detenções, entre as quais a de Vítor Escária, chefe de gabinete do primeiro-ministro, e do seu consultor e amigo próximo, Diogo Lacerda Machado. O ministro João Galamba e o presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, Nuno Lacasta, foram constituídos arguidos.
O agora ex-Primeiro-Ministro garante que sai do cargo "com consciência tranquila" e que não cometeu "qualquer ato ilícito ou censurável". Nas suas palavras, "estava totalmente disposto a dedicar-me com toda a energia a cumprir o mandato até ao termos desta legislatura" tendo sido "surpreendido" com a investigação. Mas é "incompatível" permanecer no cargo e de já ter sido "ou irá ser instaurado um processo-crime contra mim".
Em resposta a um jornalista, assegurou ainda que não se vai recandidatar ao cargo de Primeiro-Ministro. E mesmo no final da sua intervenção, acabou por dizer que Marcelo Rebelo de Sousa já aceitou a demissão.
Em comunicado, a Presidência da República anunciou que Marcelo Rebelo de Sousa irá receber os partidos com assento parlamentar na quarta-feira e convocou o Conselho de Estado para reunir na quinta-feira à tarde. Após essa reunião, o Presidente fará uma declaração ao país.