Amnistia Internacional exige libertação imediata de ativistas detidos em Angola

23 de junho 2015 - 14:32

A AI entende que a detenção, no sábado passado, de mais de uma dezena de ativistas na capital angolana “é um estratagema para suprimir as vozes dissidentes e a liberdade de reunião pacífica no país”.

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Foto de arquivo de Maka Angola.

“Esta é mais uma tentativa das autoridades angolanas para intimidarem qualquer pessoa que tenha uma perspetiva diferente no país. As autoridades têm de libertar imediata e incondicionalmente os ativistas detidos, que são prisioneiros de consciência, e pôr fim à intimidação dos ativistas de direitos humanos”, frisou o vice-diretor da Amnistia Internacional (AI) para a África Austral, Noel Kututwa.

 “Ao deterem ativistas de direitos humanos que estavam reunidos de forma pacífica para conversarem sobre violações de direitos humanos e partilharem preocupações sobre a governação em Angola, as autoridades estão a debilitar ainda mais os direitos humanos naquele país e a fechar efetivamente o espaço para as vozes dissidentes. Isto é totalmente inaceitável”, acrescentou Kututwa.

 Num comunicado publicado na sua página de internet, a Amnistia Internacional Portugal lembra que os mais de dez ativistas foram detidos “quando se encontravam reunidos para discutir violações de direitos humanos e preocupações sobre a governação no país sob a égide do Presidente, José Eduardo dos Santos, que detém o poder em Angola há 36 anos consecutivos”.

 A organização refere ainda que “a polícia fez também buscas sem mandado e confiscou computadores e outros materiais das casas de algumas das pessoas que as autoridades têm como suspeitas de terem participado na reunião em que os ativistas foram detidos” e que “o académico e jornalista angolano Domingos da Cruz, que iria dar uma palestra na reunião de sábado, foi também detido, no dia seguinte”.

 Em novembro do ano passado, a AI publicou um relatório no qual denuncia que os opositores ao regime do Presidente José Eduardo dos Santos têm sido mortos, sujeitos a desaparecimentos forçados, detidos arbitrariamente e torturados pelas forças de segurança.

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