"Os cruzeiros poluentes não estão em linha com as ambições sustentáveis de Amesterdão" nem "com a tarefa de combater o turismo de massas", afirmou a líder local do partido liberal D66, Ilana Rooderkerk, que apresentou a proposta de limitar a entrada dos navios de cruzeiro. O objetivo final passa pelo encerramento do terminal que acolhe mais de 700 mil turistas por ano.
A presidente da autarquia, Femke Halsema do partido ecologista GroenLinks, tem criticado na imprensa o fraco contributo dos turistas dos cruzeiros para a sua cidade, afirmando que a visitam apenas "por um par de horas", tomam as suas refeições nas cadeias internacionais de fast food e "têm pouco tempo" para visitar museus.
Um estudo de 2021 sobre um grande navio de cruzeiro atracado no terminal concluiu que as suas emissões diárias de óxidos de azoto (NOx) correspondiam ao de 30 mil camiões. Apesar de já ter sido imposto um limite ao número de grandes navios de cruzeiro oceânicos na cidade, a autarquia decidiu agora ir mais longe e prevê mesmo encerrar o seu terminal de cruzeiros, um dos maiores da Europa.
Os prazos de implementação destas medidas serão agora negociados e, a concretizar-se, o fim do terminal de cruzeiros no centro de Amesterdão irá permitir a construção de uma ponte entre o centro histórico e a zona norte da cidade.
O fim anunciado do terminal de cruzeiros é mais uma medida da atual gestão municipal para conter o turismo que atrai cerca de um milhão de pessoas todos os meses a uma cidade de 800 mil habitantes. Este ano, a autarquia proibiu o consumo de canábis ao ar livre no "red light district" e lançou uma campanha online dirigida aos jovens britânicos apelando a não irem à cidade se o que pretendem é um fim de semana de "loucura", com consumo pesado de álcool e drogas.