Alegre critica congelamento de salários

08 de outubro 2010 - 2:14

Candidato adverte que o congelamento de salários e pensões leva a grande risco de recessão, e defende uma Europa de prosperidade partilhada.

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Alegre defendeu que em Portugal “é preciso uma estratégia de crescimento económico, uma estratégia que tenha políticas de emprego." Foto do site manuelalegre2011.pt

O candidato presidencial Manuel Alegre alertou nesta quinta-feira que "com uma política de congelamento de salários e pensões há grande risco de recessão", defendendo que "sem crescimento da economia Portugal dificilmente se libertará da dependência da dívida".

Para Alegre, "o caminho por que vai a Europa é mau", lamentando que "a Alemanha esteja a arrastar a União Europeia para a austeridade". O candidato recordou que Portugal aderiu à UE para estar "numa Europa de prosperidade partilhada e não numa situação de austeridade e recessão".

As declarações foram feitas à Lusa, a propósito das previsões do Banco de Portugal e do FMI para 2011, no final de uma visita ao Centro de Ciências da Vida da Escola de Medicina da Universidade do Minho.

Na opinião de Manuel Alegre, "não é este o caminho, já que as soluções inspiradas na OCDE e no FMI, no neoliberalismo, são as mesmas que estiveram origem da crise mundial".

"Assim não saímos da situação, estamos num ciclo vicioso", sublinhou, defendendo, ainda, que é necessário "resistir também a pressões feitas de Bruxelas e de fora para que haja liberalização dos despedimentos". Para o candidato, Portugal "defende o conceito de justa causa, pelo que não pode aceitar essas pressões".

O candidato voltou a defender que "não pode haver frieza técnica e insensibilidade social e não se podem pedir sacrifícios sem que isso tenha um sentido".

À noite, num jantar com apoiantes em Braga, Manuel Alegre defendeu que em Portugal “é preciso uma estratégia de crescimento económico, uma estratégia que tenha políticas de emprego, uma estratégia integrada de investimentos públicos que sejam um estimulo à nossa economia”, pois " se a nossa economia não cresce, nós vamos da recessão para a recessão, vamos de dívida para a dívida”. Leia aqui o discurso na íntegra.