Madeira

Albuquerque quer rever lei eleitoral para “ganhar na secretaria” maiorias absolutas

19 de setembro 2024 - 11:35

O PSD/Madeira apresentou uma proposta de revisão da lei eleitoral que lhe daria a maioria absoluta com apenas 36% dos votos. Bloco/Madeira desafia CDS, PAN e IL a “puxarem o tapete a quem os quer correr da Assembleia”.

PARTILHAR
Miguel Albuquerque
Miguel Albuquerque a votar nas eleições diretas do PSD. Foto PSD/Madeira/Facebook

Trocar o atual círculo único de 47 deputados por 11 círculos concelhios com entre dois e 14 deputados, acrescido de um círculo de compensação com cinco mandatos e um círculo da emigração com dois mandatos. Esta é na prática a proposta de alteração à lei eleitoral que o PSD/Madeira quer ver aprovada na Região Autónoma.

Se a lei agora proposta estivesse em vigor nas recentes eleições legislativas regionais, refere o Diário de Notícias, o partido de Miguel Albuquerque veria compensado o pior resultado de sempre com uma maioria absoluta, elegendo mais sete deputados do que os que o povo madeirense lhe deu nas urnas (e provavelmente mais dois do círculo da emigração), com o PAN a perder representação parlamentar. Aplicados os círculos propostos às eleições de 2023, em que PSD e CDS concorreram juntos e precisaram de fazer um acordo com o PAN para governar, a diferença seria ainda maior: mais nove deputados, sem contar os da emigração. PAN e Bloco não teriam eleito com este sistema.

Em comunicado, a Comissão Coordenadora Regional do Bloco de Esquerda da Madeira considera que se trata de um regresso a um método de eleição de deputados e deputadas que distorce a proporcionalidade na distribuição de mandatos, numa tentativa de conseguir uma maioria absoluta, beneficiando os dois partidos mais votados em cada concelho, em prejuízo das forças políticas de menor representatividade.

Para o Bloco/Madeira, o objetivo de Albuquerque é claro: “ganhar na secretaria o que os eleitores lhe negaram em eleições, ou seja, uma maioria absoluta”. E apela ao CDS, PAN e IL que “puxem o tapete a quem os quer correr da Assembleia, fazendo cair este governo e obrigando à realização de novas eleições regionais, ainda com a atual Lei Eleitoral.”