Ahed Tamimi começou a ser julgada num tribunal militar de Israel

14 de fevereiro 2018 - 9:35

Nesta terça-feira, começou o julgamento da jovem palestiniana acusada de crime contra a segurança. A Amnistia Internacional apela à sua libertação e acusa as autoridades israelitas de “tentativa desesperada” de intimidação dos menores de idade que “desafiam a repressão”.

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Ahed Tamimi no tribunal, 13 de fevereiro de 2018 - Foto de Issam Rimawi, publicada em samidoun.net

Ahed Tamimi, apenas com 17 anos feitos em 31 de janeiro passado, foi detida por ter esbofeteado um soldado israelita numa ação repressiva das autoridades de Israel. Apesar de muito jovem, Ahed é já um símbolo da luta do seu povo e a sua família luta, há anos, contra os colonatos na Cisjordânia.

Nesta terça-feira, 13 de fevereiro, teve início o julgamento de Ahed que é acusada de 12 crimes, entre os quais arremesso de pedras e agressão agravada. Por estas acusações, a jovem pode ser condenada a entre 12 e 14 anos de prisão. Igualmente presa está a sua mãe Nariman Tamimi. No dia em que Ahed foi presa um primo seu, Mohammed, foi atingido com um tiro na cabeça.

Em declarações à BBC, Anat Berko deputada e representante do Likud, partido governamental israelita, declarou: “Agora que ela está na prisão, acho que vai pagar um preço, e vai ser um preço alto”.

Atualmente há mais de 350 crianças menores de idade palestinianas presas por resistirem à ocupação israelita, segundo a organização de direitos humanos israelita B'Teselem.

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Israel quer manter Ahed Tamimi presa por tempo indeterminado
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A Amnistia Internacional (AI), que desde dezembro passado realiza uma campanha pela libertação de Ahed, aponta em comunicado que as autoridades israelitas “mantêm a detenção [de Ahed] numa tentativa desesperada de intimidar os menores de idade palestinianos que se atrevem a desafiar a repressão das forças ocupantes”.

“Negando-se a libertar Ahed Tamimi, detida desde 19 de dezembro, as autoridades israelitas apenas demonstram o seu desprezo pela obrigação de proteger as crianças” de acordo com o direito internacional, declarou Magdalena Mughrabi, diretora adjunta da AI para o Médio Oriente e o Norte de África.

“Sendo uma criança e não indo armada, Ahed não podia representar qualquer ameaça durante a confrontação com os dois soldados israelitas, que estavam fortemente armados e tinham fatos de proteção. Nada do que fez justifica que continue sob custódia, nem as longas e agressivas sessões de interrogatório que teve de suportar durante as duas primeiras semanas de detenção”.

Liberdade para Ahed Tamimi
Liberdade para Ahed Tamimi

Segundo a AI, o exército israelita leva todos os anos a tribunais militares, centenas de meninos e meninas palestinianos, depois de os submeter a maus tratos e ameaças e de os interrogar sem a presença de advogados ou familiares.

A Amnistia Internacional tem uma petição pela Libertação de Ahed Tamimi, que pode assinar aqui.

A petição Free Ahed Tamimi da Avaaz já foi subscrita por mais de 1,7 milhões de pessoas.