Está aqui

Acordo de Paris entra hoje em vigor

O acordo internacional contra o aquecimento global entra hoje em vigor, mas a sua aplicação real vai demorar e será insuficiente.
Torre Eiffel, em Paris.
Torre Eiffel, em Paris. Foto de Gckwolfe/Flickr.

O Acordo de Paris, resultante da Cimeira do Clima do ano passado, a COP21, adotado a 12 de dezembro de 2015 por 195 países, entra hoje simbolicamente em vigor. No inicio do mês, já tinha sido ratificado por um número de países que representam 55% das emissões mundiais de gases com efeito de estufa. Alguns grandes emissores ainda não ratificaram o acordo, a Rússia ainda não indicou quando poderia ratificar o diploma, a Austrália e o Japão afirmam estar a avançar com o processo, mas também ainda não o ratificaram.

Os signatários ainda têm que chegar a acordo em muitas matérias para que o pacto se operacional, por exemplo: a definição de regras de transparência, a apresentação das estratégias nacionais até 2050 e a ajuda financeira aos países em desenvolvimento. A 22.ª Conferência do Clima da ONU, COP22, que terá início na segunda-feira em Marraquexe servirá para ultimar estas negociações.

Uma meta insuficiente

O Acordo de Paris pretende limitar o aquecimento global a um aumento de 2°C acima dos níveis pré-industriais. Uma meta que, se for alcançada, será catastrófica, sobretudo para Estados insulares e para os países mais pobres (os países mais vulneráveis aos efeitos das alterações climáticas, como a subida do nível do mar e a seca). 

Ainda assim, os especialistas avisam que mesmo essa meta será difícil de alcançar e implicará cortes mais drásticos nas emissões globais com origem no carvão, petróleo e gás. Se esta redução drástica não ocorrer rapidamente, a temperatura média global subirá quatro graus. A temparatura, alertam os especialistas, poderá vir a subir apenas três graus se os países cumprirem as metas autoimpostas de redução das emissões.

Demasiado pouco, demasiado tarde

Um relatório da ONU publicado esta quinta-feira explica que o Acordo de Paris vem demasiado tarde e que é urgente agir para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa para evitar uma tragédia que parece cada vez mais certa.

Além disso, o acordo tmbém foi muito criticado por não ter em conta a noção de justiça climática, isto é, por não equilibrar a balança para que os países com maior reponsabilidade histórica das emissões a assumam e ajudem os países mais pobres, que não só têm menos responsabilidade no atual estado do mundo, como são os mais severamente prejudicados pelas alterações climáticas.

Artigos relacionados: 

Termos relacionados Ambiente
(...)