"No ano em que se celebram os 50 anos do 25 de Abril, reforçamos o compromisso de que não daremos nem um passo atrás! Saímos à rua, sem medo, por todas as companheiras de luta, pelas que já cá não estão e pelas que hão-de vir! Saímos à rua pela liberdade de todas, pois somos Feministas em união contra toda a opressão!", lê-se na convocatória do 8 de Março, Dia Internacional das Mulheres.
Estão já agendadas iniciativas para o final da tarde desta sexta-feira em Aveiro, na Pç dos Arcos, Barcelos, na Porta Nova, Braga, na Avenida Central, Évora, na Pç do Geraldo, Faro, no Tribunal, Guimarães, na Pç do Toural, Leiria, no Lg 5 de Outubro, Lisboa, na Alameda, e Porto, nos Poveiros. Todas estas ações têm início às 18h. Já em Coimbra a manifestação está agendada para as 17h, na Pç 8 de Maio, e em Viseu e Horta para as 17h30, no Mercado 2 de Maio e no Porto Pim, respetivamente.
“A força e a união em defesa dos direitos das mulheres”
Taís Loureiro Santos, da Plataforma Já Marchavas, de Viseu, explica que, neste “dia de importância global, onde a reflexão sobre a luta pelos direitos das meninas e mulheres ocorre em várias cidades do mundo, através de mobilizações sociais”, esta cidade “não podia ficar de fora deste cenário”.
“A força e a união em defesa dos direitos das mulheres deve ser sempre destacada, de forma a afirmar o papel da mulher em diferentes campos, sejam eles social, político, cultural, profissional, familiar ou laboral, em busca pela igualdade de género”, disse a ativista em declarações ao Esquerda.net.
De acordo com Taís Loureiro Santos, “o local onde se nasce, vive e desenvolve uma vida, influencia diretamente o processo emancipatório da vida das meninas e mulheres, e em Viseu, uma cidade da Região Centro de Portugal, em que existem ainda muitas barreiras impostas às pessoas do género feminino, temos o dever de fomentar a luta pelos direitos das mulheres, pela igualdade de género, pela erradicação da violência contra a mulher e pela igualdade de oportunidades”.
“Viseu tem o dever de clamar pelos direitos das meninas e mulheres e não só convocá-las para a mobilização, mas também encorajá-las a lutar por esses direitos como protagonistas das suas vidas, através da união, resiliência, resistência e sororidade, com atenção à interseccionalidade. O empoderamento feminino é fundamental para a justiça social”, continuou.
A ativista afirmou ainda que “o desenvolvimento da cidade de Viseu e de toda Região Centro depende do desenvolvimento feminino, onde mais oportunidades sejam dadas às mulheres através do combate à desigualdade de género” e que “iniciativas de mobilização pelos direitos das mulheres não devem ser exclusivas do 8M, mas sim feitas de forma frequente e periódica, a fim de se alcançar o bem maior, pela vida das mulheres”.
“Este 8 de Março tem de ser o mais bonito”
A ativista Teresa Amorim é perentória: “Em Braga e um pouco por todo o país, este 8 de Março tem de ser o mais bonito”.
“É urgente pintar as ruas de roxo e verde, por todas as mulheres e companheiras, porque não damos nem um passo atrás nos nossos direitos. Gritamos pela autonomia dos nossos corpos, pela saúde pública, pela escolha livre, pelo direito ao aborto, pela democracia. Tantas conquistas em risco de nos serem ceifadas, no ano em que comemoramos 50 anos do nosso 25 de Abril. Somos resistência e mostramos presença”, vincou Teresa Amorim.
E porque “a luta feminista é interseccional, anti-racista, anti-fascista e anti-capitalista”, a ativista acrescentou que, a 8 de Março, a marcha é também “pelo fim do genocídio e por uma Palestina Livre”.
“Não largamos a mão de ninguém, ainda que diversas, nunca dispersas. Saímos às ruas de cravo em punho cerrado, unidas, livres e combativas”, rematou.