De acordo com o estudo “Impacto da covid-19: o papel da resiliência na depressão, na ansiedade e no ‘burnout’ em profissionais de saúde”, desenvolvido por investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), do CINTESIS e da Escola Superior de Educação do Politécnico do Porto (ESE.P.Porto), 52% dos profissionais de saúde afirmam estar em “’burnout’ por causa do trabalho que desenvolvem”.
“Os profissionais que estão na linha da frente do combate são os mais afetados, evidenciando sinais significativamente mais elevados não só de ‘burnout’, mas também de stress e de ansiedade”, avança a FMUP em comunicado, citado pela agência Lusa.
As investigadoras Inove Duarte, da FMUP, e Carla Serrão, da ESE.P.Porto, sublinham que o estudo revelou que a Covid-19 “resultou na exacerbação de problemas ao nível da saúde mental, com particular impacto emocional e físico nos profissionais de saúde que se encontram na linha da frente”.
No documento, a exposição dos profissionais a “exigências sem precedentes”, como a mortalidade elevada, o racionamento de equipamentos de proteção individual, a pressão, o medo de contágio e dilemas éticos, são algumas das razões apontadas para esta exaustão dos profissionais de saúde. Ainda assim, apesar da exaustão física e psicológica, cerca de 80% dos profissionais “consideram-se capazes de enfrentar situações difíceis e potencialmente stressantes”.
Para elaborarem este estudo foi realizado, entre o dia 9 e 18 de maio, um questionário que contou com a participação de 1.500 profissionais de saúde, entre os quais médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos, farmacêuticos e técnicos de diagnóstico. Entre os inquiridos, 28% trabalham diretamente com pessoas infetadas com a Covid-19, 23% já fizeram o teste e 75% afirmam ter os equipamentos de proteção individual necessários para o desempenho das suas funções.
Bloco quer avançar já para contratação de profissionais
No âmbito do orçamento suplementar que se começa a debater em junho, o Bloco quer antecipar a contratação dos 8.400 profissionais que o Governo se comprometeu a contratar até ao final de 2021: “Esses profissionais devem ser contratados já”, frisou Moisés Ferreira.
O Bloco também já apresentou ao Governo propostas para garantir o acesso aos cuidados de saúde, inclusive no que respeita à antecipação também do fim das taxas moderadoras em meios complementares de diagnóstico, que estava previsto para 1 de janeiro de 2021; à gratuitidade do transporte não urgente de doentes; à comparticipação adicional nos medicamentos com receita médica para pessoas em situação de carência económica; e à garantia da atribuição de número de utentes a todas as pessoas residentes em Portugal.