O campeonato europeu de futebol de 2004 continua a pesar nas contas de várias das câmaras municipais que investiram na construção e requalificação de estádios para participarem no evento que se dizia ir ser lucrativo.
O Jornal de Notícias estima em 22 milhões de euros a verba que ainda está por pagar por causa de empréstimos e sentenças e coloca Leiria no primeiro lugar do campeonato dos devedores (com 10,9 milhões), seguido de Coimbra (com seis) e de Braga (com cinco, correspondentes a sentenças judiciais neste caso).
Como o uso desportivo não é suficiente, as autarquias tentam ganhar dinheiro com os espaços alugando-os a empresas, serviços de saúde e até instituições públicas. Em Leiria, está a adaptar-se parte das instalações para a instalação de serviços de Autoridade Tributária. Outra parte será dedicada a uma zona de “empresas tecnológicas”. Atualmente já há espaços arrendados ao IEFP e outras partes são usadas como sede de associações e clubes. De acordo com a Câmara, este estádio fatura mensalmente “entre os sete mil e os dez mil euros” mas a manutenção fica perto dos “330 mil euros por ano”.
Também em Coimbra funcionam restaurantes serviços de saúde, ginásios, escolas de dança e de artes marciais, uma livraria e a consultora Deloitte.
No caso do Estádio do Algarve, gerido por Faro e Loulé, regista-se um lucro de 142 mil euros o ano passado, sobretudo por causa doe eventos desportivos. Mas também há concertos e outros eventos.
Braga é um dos casos que não faz uso extra-desportivo das instalações mas a autarquia pondera a sua venda. Aveiro também.