Administração da C.M.G. – Cerâmicas, Lda. anunciou a intenção de despedimento coletivo de 106 trabalhadores, o que constitui quase a totalidade dos funcionários da empresa de Torres Novas. A “má notícia” foi dada na passada sexta-feira “depois de muitas desculpas e desejos de boa sorte”, “como se fossem peças descartáveis de uma linha de produção obsoleta, cheios de doenças profissionais derivadas de mais de trinta anos de casa a trabalhar em más condições e com salários de miséria” escreve em comunicado o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Cerâmica, Cimentos e Similares, Construção, Madeiras, Mármores e Cortiças do Sul e Regiões Autónomas.
Esta estrutura sindical fala em “gestão danosa” e culpa a administração de ter conduzido a empresa “a uma situação de insolvência, de dívidas em cima de dívidas e a um futuro incerto para mais de uma centena de trabalhadores, na maioria mulheres”.
A empresa tinha já avançado, em dezembro de 2022, com um Processo Especial de Revitalização e, em junho deste ano, tinha apresentado uma declaração de insolvência “sem qualquer plano e com os trabalhadores sempre à espera dos salários atrasados”, exemplo “da forma escabrosa como alguns patrões se comportam e que urge pôr termo urgentemente”, defende o sindicato.
A Administração “foi penhorando as máquinas para fazer face às dívidas com a Segurança Social, enquanto atrasava o pagamento dos salários aos trabalhadores sempre na mira de uma encomenda “milagrosa” que estava por chegar… mas que nunca chegou”. Agora o STCCMCS exige “que o patrão respeite os seus direitos e assuma o pagamento daquilo que lhes é devido”.