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“Demissão do secretário de Estado não dispensa a demissão da ministra”

O coordenador do Bloco de Esquerda, João Semedo, declarou nesta quarta-feira: “A demissão do secretário de Estado não dispensa a demissão da ministra, na medida em que foi ela quem o nomeou e, em segundo lugar, a própria ministra está envolvida numa série de trapalhadas e mentiras que exigem a sua demissão”.
O coordenador do Bloco de Esquerda, João Semedo, declarou nesta quarta-feira: “A demissão do secretário de Estado não dispensa a demissão da ministra, na medida em que foi ela quem o nomeou e, em segundo lugar, a própria ministra está envolvida numa série de trapalhadas e mentiras que exigem a sua demissão”

A declaração do coordenador do Bloco de Esquerda, João Semedo, foi feita nesta quarta-feira à comunicação social, após ter sido conhecida a demissão do secretário de Estado do Tesouro, Joaquim Pais Jorge. Recorde-se que Pais Jorge fez parte da equipa de quadros do Citigroup, que em 2005 tentou vender swaps ao governo de José Sócrates com o objetivo de mascarar o défice público.

João Semedo sublinhou na sua declaração que “se o Governo julgava que punha uma pedra em cima do assunto com a demissão do secretário de Estado do Tesouro é exatamente ao contrário”, ou seja, “dá ainda mais visibilidade à necessidade” de demissão da ministra Maria Luís Albuquerque.

O coordenador do Bloco de Esquerda já tinha afirmado, antes do anúncio da demissão do secretário de Estado do Tesouro: “Todos os dias o Governo se envolve em mais uma trapalhada e a sucessão de trapalhadas justifica-se para proteger a sua ministra das Finanças, que mentiu ao Parlamento, que mentiu ao país”.

Saliente-se que Pais Jorge, na sua declaração de demissão, queixa-se do “tratamento mediático”, faz um rasgado elogia à ministra, mas não explica a sua participação e o seu papel na tentativa de venda de swaps para maquilhar as contas públicas, há oito anos quando era quadro do Citigroup.

Recorde-se que a proposta do Citigroup era a de uma operação de três swaps com maturidades a 30 anos, com taxas de juro superiores à média do mercado, que levariam a que as taxas de juro a pagar relativas às obrigações do tesouro existentes em 2005 e 2006, fossem pagas ao longo de mais de 30 anos, constituindo um negócio ruinoso para o Estado português.

A proposta do Citigroup apontava que os swaps ajudariam a baixar o défice orçamental em 370 milhões de euros em 2005 e em 450 milhões de euros em 2006. O Citigroup explicava então como conseguir fugir às regras do Eurostat e assim baixar o défice público. O nome eufemístico da aldrabice era ‘swap Eurostat friendly’.

A ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, ainda não se pronunciou sobre o caso de Pais Jorge, nem sequer confirmou a aceitação da demissão do secretário de Estado do Tesouro. No entanto, foi o o seu ministério que divulgou o comunicado de defesa de Pais Jorge, na madrugada passada, e também a declaração de demissão do agora ex-secretário de Estado do Tesouro.

Recorde-se que enquanto Joaquim Pais Jorge tentou vender swaps ao governo Sócrates, quando era quadro do Citigroup, a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, que comprava swaps quando era gestora da Refer, mentiu ao parlamento por causa do dossier dos swaps.

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