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África do Sul: depois das 34 mortes, empresa ameaça despedir todos os trabalhadores

Administração da Lonmin, empresa proprietária da mina de platina Marikana, onde 34 mineiros em greve foram mortos pela polícia, dá ultimato e ameaça com despedimento coletivo. Grevistas dizem que preferem morrer a recuar.
"Preferimos morrer como os nossos camaradas do que recuar”, dizem os mineiros

A administração da Lonmin, empresa proprietária da mina de platina Marikana, a noroeste de Johannesburgo, onde 34 mineiros em greve foram mortos pela polícia na quinta-feira, ameaça agora despedir todos os grevistas.

Uma declaração da empresa, que tem sede em Londres, afirma que a greve é ilegal e que os trabalhadores têm até esta segunda-feira para regressar ao trabalho.

Mas para o mineiro Kaizer Madiba, ouvido pelo Times, “já morreram pessoas e não temos nada a perder... Vamos lutar pelo que acreditamos que é uma luta legítima por melhores salários. Preferimos morrer como os nossos camaradas do que recuar”.

Os mineiros ganham atualmente entre 4.000 e 5.00 rands (390 e 487 euros) e reivindicam aumentos de salários para 12.500 rands (1.217 euros).

No domingo, o Presidente Jacob Zuma decretou uma semana de luto depois do massacre e criou uma comissão interministerial para lidar com a crise, que já foi classificada como o pior banho de sangue em confrontos entre polícia e trabalhadores desde o fim do apartheid, em 1994.

Mas ainda nada aconteceu aos responsáveis da polícia pelo assassinato a tiro dos 34 grevistas, e o chefe da Polícia, Riah Phiyega, defendeu a atuação da sua força, argumentando que os polícias atuaram em legítima defesa.

Em contrapartida, 259 grevistas detidos nos protestos comparecem esta segunda-feira em tribunal, acusados de assassinato, tentativa de assassinato, roubo armado, violência pública e danos à propriedade.

As ações da Lonmin, a terceira maior produtora de platina do mundo, caíram 5% esta segunda-feira.

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