Rússia

A ideologia do Estado russo e o imaginário dos seus círculos dirigentes são elementos essenciais a ter em conta se quisermos compreender a lógica da invasão russa da Ucrânia e se estivermos à procura de soluções possíveis para pôr fim a este conflito e garantir uma paz duradoura na região. Por Hanna Perekhoda.

Putin estabilizou a sociedade recorrendo à repressão e ideologia neo-fascista. Reprimiu quase todos os dissidentes de esquerda, especialmente ativistas anti-guerra, e tentou obter a aprovação do público apoiando-se no nacionalismo étnico russo e diabolizando todos os grupos que o ameaçam. Por Ilya Budraitskis.

O Movimento Socialista Russo assinala os dois anos de invasão da Ucrânia com uma tomada de posição solidária com o povo ucraniano e crítica da invasão de Putin de um país que ele “simplesmente acredita que não deveria existir”.

Considerada a principal figura da oposição ao regime de Vladimir Putin, que acaba de lançar a campanha para o seu quinto mandato na presidência, Navalny cumpria pena de 30 anos numa prisão na Sibéria.

O intelectual marxista russo terá de cumprir cinco anos de prisão por ser crítico da invasão da Ucrânia. A Amnistia Internacional diz que é “um abuso flagrante da vaga legislação antiterrorista, utilizada como arma para suprimir a dissidência e punir um crítico do governo”.

Dois tribunais da Rússia decidiram esta semana as primeiras condenações relacionadas com a lei anti-LGBT, por exibição de “símbolos de uma organização extremista”.

Duas super-potências mundiais e três potências regionais invadiram o pequeno país. Algumas para proteger um regime assassino mas todas destruíram quaisquer aspirações políticas independentes entre o povo sírio, dividindo-o e negando aos sírios a promessa de um futuro diferente. Por Yassin al-Haj Saleh.

Apoiada pelo putinismo, a lei discutida agora na Duma aplica-se a quem “difame” as forças armadas, apele a “ações que minem a segurança de Estado” ou publique “informações falsas” sobre a invasão da Ucrânia. São vários eufemismos que se aplicam a quem se oponha à guerra.

Mia e Vasylina militam, respetivamente, no Movimento Socialista Russo e no Sotsialnyi Rukh ucraniano. Nesta entrevista partilham pontos de vista sobre os regimes dos seus países e a guerra.

Dois poetas russos foram condenados a vários anos de prisão por terem lido um poema crítico da invasão da Ucrânia. Um deles denuncia ter sido espancado e violado. A relatora especial da Organização das Nações Unidas sobre os Direitos Humanos na Rússia quer que sejam libertados e o caso investigado.

A agência estatal russa e vários outros órgãos de comunicação confirmaram uma ação massiva contra migrantes para “prevenir o crime”. Outras fontes sugerem que possam estar em causa recrutamentos forçados para a guerra na Ucrânia.

Artyom Kamardin e Yegor Shtovba leram um poema crítico da guerra em setembro do ano passado. Acabaram por ser condenados esta quinta-feira a sete e cinco anos e meio de prisão. Ao todo, 20 mil pessoas terão sido detidas desde o início da invasão em larga escala da Ucrânia por serem contra a ofensiva.

Ministério da Justiça apresentou uma iniciativa junto do Supremo Tribunal alegando que o movimento LGBT é extremista, incita ao “ódio social e religioso” e desrespeita “os valores tradicionais da família”. O governo russo considera tratar-se de uma influência “degradante” ocidental.

Titânio, alumínio e níquel são algumas das "matérias-primas críticas" que não entraram na lista de sanções europeias. Entre os vendedores estão fabricantes de armamento que fornecem as tropas russas.

Importações nacionais de Gás Natural Liquefeito (GNL) russo cresceram 6% nos primeiros seis meses de 2023, para cerca de 200 milhões de metros cúbicos. Moscovo tornou-se o terceiro maior fornecedor de GNL para Portugal, apenas ultrapassado pela Nigéria e Estados Unidos.

O início da invasão da Ucrânia não foi apenas uma questão de política externa mas também uma forma de disciplinar a sociedade russa. E quando se olha para os primeiros meses desta invasão percebe-se como internamente as regras do jogo mudaram completamente na Rússia. Entrevista a  Ilya Budraitskis.

William I. Robinson examina criticamente a “lógica retorcida” e a “política regressiva” de alguma esquerda dita “anti-imperialista” contemporânea que “se opõe à exploração capitalista pelo Ocidente, mas fecha os olhos à repressão dos Estados não ocidentais que se opõem a Washington”.

Os serviços de segurança abriram uma investigação contra o cientista político que tem sido uma voz crítica das políticas de Putin, sob a acusação de "incitamento ao terrorismo na internet".

Das corporações de Estado, feitas para escapar ao controlo público e à disciplina do mercado, às empresas militares privadas, como a Wagner, o regime russo criou toda uma zona de cinzenta que depende do relacionamento pessoal com Putin. Por Ilya Matveev.

Líder dos mercenários ordenou uma rebelião armada depois de acusar exército russo de bombardear uma unidade do grupo, iniciando uma incursão rumo a Moscovo. Vladimir Putin prometeu “punição severa” para esta traição, mas acabou por chegar a acordo com Yevgeny Prigozhin.