Ministério Público acusou finalmente os dois ex-administradores da EDP e o ex-ministro da Economia de corrupção para favorecer os interesses da empresa. Acusação calcula prejuízos para o Estado e os consumidores em torno de mil milhões de euros.
São herdeiros de Pinho os governantes que não corrigem as regras de favor à EDP. E também, desgraçadamente, quem continua a pagar na fatura as decisões da última maioria absoluta do PS.
A comissão parlamentar de inquérito às rendas da energia procurou descortinar os meandros de mais de uma década de negociações e legislação produzida na área da energia, que se revelaram ruinosas para o Estado e continuam a pesar na fatura paga pelos consumidores. Dossier organizado por Luís Branco.
A dívida tarifária, dos consumidores de eletricidade à EDP, foi uma decisão de Manuel Pinho. Ao fazer de banco, a EDP ganhou centenas de milhões de euros sem produzir um quilowatt-hora. Por Jorge Costa.
Para cortar as rendas não falta apoio europeu, parlamentar ou regulatório. Falta só vontade e coragem para enfrentar a EDP. Será inconveniente reconhecer o abuso quando a justiça investiga a criação das rendas excessivas?
Ao longo dos anos, os acionistas privados da EDP levaram para casa os super-lucros cobrados na mais elevada fatura elétrica da Europa. Sob os acordos à esquerda, tem sido possível concretizar algumas medidas para começar a corrigir esta aberração.
Os dados da pobreza energética em Portugal revelam uma política cruel. Somos recordistas europeus na chamada "mortalidade excessiva" sob o frio (a par do Chipre e de Malta).
O custo da eletricidade em Portugal é o mais caro da União Europeia. Não estamos condenados a este roubo. Basta ter a coragem para enfrentar o lóbi da energia.
Talvez não saiba que, quando paga a sua conta de eletricidade, está também a contribuir para os lucros de grandes grupos económicos que nada têm a ver com o setor elétrico.