Líbano

Apesar do cessar-fogo, orgãos de comunicação social libaneses denunciam ataques aéreos contínuos de Israel. Na segunda-feira, o Hezbollah respondeu a esses ataques e as tensões voltaram a escalar.

A situação atual e o acordo de cessar-fogo são muito diferentes do que eram em 2006. A primeira e mais importante diferença é que o golpe que as forças armadas sionistas conseguiram infligir ao Hezbollah é muito maior hoje do que foi em 2006, embora não seja fatal.

Gilbert Achcar

Acordo garante a desocupação do sul do Líbano pelas Forças de Defesa Israelitas mas é tutelado pelos Estados Unidos da América, Reino Unido, Alemanha e França. Líbano e Israel deverão negociar fronteira entre os dois países.

Investigação do Guardian no local onde os jornalistas foram mortos durante o sono encontrou fragmentos da bomba fabricada nos EUA.
 

A ativista de esquerda libanesa explica que por detrás dos ataques israelitas está o projeto religioso do “Grande Israel”, que consiste em anexar partes do Iraque, Líbano, Jordânia e Arábia Saudita e que há muito tempo que o Estado sionista se prepara para a colonização do Líbano.

Nelson Pereira

O Hezbollah enfrenta agora o dilema da sua dupla lealdade: parte dos seus dirigentes deseja aceitar um cessar-fogo, juntamente com uma retirada a norte do rio Litani, mas Teerão está a obrigar o partido a fazer depender um cessar-fogo no Líbano de um cessar-fogo em Gaza, o que se tornou absurdo.

Gilbert Achcar

Israel terá lançado ataques terrestre no Líbano durante a noite. Estados Unidos da América apoiam ofensiva militar que significa uma escalada do conflito. Hezbollah nega que os soldados tenham entrado em território libanês.

O próximo passo nesta escalada mortal pode muito bem ser uma invasão terrestre. Mas, em 1982, uma operação desse género teve resultados catastróficos para todos os envolvidos. Uma ofensiva semelhante hoje em dia teria quase de certeza resultados semelhantes, especialmente para o povo do Líbano.

Mireille Rebeiz

Embora deseje desmantelar a capacidade de dissuasão do Hezbollah, Netanyahu não pode iniciar uma guerra global sem assegurar a plena participação dos EUA na mesma, à semelhança da participação de Washington na guerra em Gaza durante vários meses, os meses mais mortíferos e destrutivos.

Gilbert Achcar

População em pânico sofreu com os bombardeamentos que prosseguem esta terça-feira. Israel diz que o alvos são do Hezbollah, mas tal como em Gaza são os civis que sofrem os ataques.

A preferência do Hezbollah por evitar a utilização de smartphones é uma chamada de atenção para todos para o facto de podermos ser, e provavelmente sermos, seguidos de várias formas e para vários fins.

Richard Forno

Os serviços secretos israelitas armadilharam os pagers utilizados por membros do Hezbollah, tendo-os detonado causando inúmeras vítimas civis. Uma desconhecida marca húngara que continua incontactável tê-los-á produzido.

As posições de Netanyahu, incluindo a rejeição do cessar-fogo em Gaza e da troca de prisioneiros, não podem ser entendidas isoladamente das eleições americanas. Ele recusa conceder à administração Biden um sucesso político no meio da atual campanha eleitoral americana, prestando um serviço a Trump.

Gilbert Achcar

Pelo menos duas pessoas foram assassinadas no bombardeamento que é uma escalada da guerra que ameaça toda a região. O pretexto foi um ataque nos montes Golã de que resultou a morte de 12 crianças. O Hezbollah nega qualquer responsabilidade.

A luta política no seio da elite política sionista não é entre falcões e pombas. Tanto Netanyahu quanto a oposição acreditam que ou o Hezbollah se retira para norte ou haverá uma guerra devastadora que todos consideram necessária para restaurar a capacidade de dissuasão do seu Estado.

Gilbert Achcar

Declarações de Yoav Gallant surgem numa altura em que Netanyahu se prepara para abrir uma nova frente de guerra e atrair o Irão para o conflito, enquanto prossegue os ataques a Gaza.

O primeiro-ministro israelita diz que a fase “intensa” da destruição do território está a chegar ao fim só para prometer mais guerra. Esta terça-feira, dezenas de civis voltaram a ser mortos.

A probabilidade de uma nova agressão maciça lançada pelo Estado sionista contra o Líbano tornou-se, de facto, muito elevada. O governo israelita está a encurralar o Hezbollah, exigindo-lhe que retire a sua presença militar para norte do rio Litani.

Gilbert Achcar