Faleceu na segunda-feira, aos 94 anos, Pete Seeger, um dos pioneiros da música folk e conhecido pelas suas canções de protesto. Foi mentor de vários cantores: Bob Dylan, Joan Baez e o grupo Peter, Paul and Mary.
Inspiradas em cerimónias afroamericanas, as suas canções "If I had a Hammer" e "Where have all the flowers gone", tornaram-se clássicos. Seeger popularizou o hino do movimento de defesa dos direitos civis, "We Shall Overcome".
Desde os anos 30, Seeger foi um ativista e participou nas lutas dos trabalhadores; nos movimentos pacifistas e antifascistas, nos movimentos pelos direitos civis e direitos dos negros; contra a guerra do Vietname e as intervenções militares dos Estados Unidos no mundo. Ainda cantou com Bruce Springsteen na primeira posse de Barack Obama.
Na década 40, Pete Seeger filiou-se no Partido Comunista, que deixaria algum tempo depois. Mas isso valeu-lhe uma perseguição implacável pelo macartismo dominante, na década 50, e um prolongado ostracismo nos meios de comunicação norte-americanos, que queriam condená-lo a um silêncio, ao qual jamais se rendeu.
Seeger ganhou o prémio Grammy, em 1993, e recebeu a Medalha Nacional do Mérito Artístico das mãos do presidente Bill Clinton.Nos últimos anos engajou-se nas lutas pelo meio ambiente, sobretudo no rio Hudson (estado de Nova Iorque), onde morava.
Seeger nunca se deixou levar pelo estrelato, coisa que detestava. Apesar de ter rompido com o Partido, continuava a dizer que era “um comunista, mas com c minúsculo”. Talvez, por isso mesmo, um Comunista com C maiúsculo.