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Venezuela: Plataforma defende “ajuda social” e rejeita intervenção externa “camuflada”

Plataforma cidadã considera urgente a “ajuda social”, perante a “crítica situação de emergência” da população venezuelana, mas rejeita ingerência externa. E cita a Cruz Vermelha Internacional que diz que ajudas dos EUA não são humanitárias.
Cruz Vermelha Internacional diz que “ajudas” à Venezuela que chegarem dos EUA não são humanitárias e não participará na sua distribuição
Cruz Vermelha Internacional diz que “ajudas” à Venezuela que chegarem dos EUA não são humanitárias e não participará na sua distribuição

A Plataforma cidadã em Defesa da Constituição (PCDC) reuniu com a delegação da Cruz Vermelha Internacional para a Venezuela e Estados da Caricom (Comunidade do Caribe), para clarificar os termos em que são reconhecidas as “ajudas humanitárias internacionais”, e tomou posição sobre a “ajuda” internacional pedida pelo autoproclamado “presidente” Guaidó.

Segundo Aporrea.com, a Plataforma reafirmou a sua oposição ao governo do presidente Maduro, mas não reconhece Guaidó que pretende impor-se “por meio de manobras inconstitucionais, antidemocráticas, violadoras da soberania e da autodeterminação do país”. Os representantes da PCDC reafirmaram também que atuam para “evitar ou impedir” um conflito interno, que os preocupa muito a “crítica situação de emergência social da população venezuelana”, mas “apesar de considerarem necessária a cooperação internacional humanitária”, rejeitam uso da difícil situação para dar cobertura a uma possível “intervenção militar” externa, nomeadamente através de uma pretensa “intervenção humanitária” feita fora dos cânones definidos pelos organismos internacionais existentes para acudir a situações de crise.

Os membros da PCDC denunciaram também as implicações do bloqueio económico e financeiro dos EUA para a população venezuelana, assim como da confiscação de ativos e contas,.

Os representantes da Plataforma declararam que na reunião com a Cruz Vermelha ficou muito claro que a “ajuda humanitária” não pode ser objeto de “manipulação política ou militar de uma potência” e só pode ser canalizada por “organismos multilaterais ligados aos direitos humanos, à saúde e à alimentação” e só pode ser prestada de forma “concertada com as instituições nacionais” e nunca com uma “ajuda forçada com violência ou com intromissão de outra nação”.

Para uma “ajuda humanitária internacional” é preciso estarem reunidas um conjunto de condições: reconhecimento da situação por parte do Estado; acordo sobre a abordagem; não utilização do tema para fins políticos; trabalho com as instituições do Estado; supervisão da sociedade e dos organismos autorizados para evitar o desvio de recursos.

Cruz Vermelha clarifica que ajudas que chegarem dos EUA não são humanitárias

O chefe da delegação do Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) na Colômbia, Christoph Harnisch, declarou que a pretensa “ajuda” dos EUA à Venezuela é de um Governo e não é humanitária e assegurou que a Cruz Vermelha não participará na distribuição da assistência.

“Nós não participamos no que não é, para nós, uma ajuda humanitária”, afirmou Harnisch segundo a Radio del Sur, acrescentando que se trata de “uma ajuda que é decidida por um Governo”.

O chefe do CICV vincou que para a Cruz Vermelha “é importante que realmente haja respeito pelo termo humanitário” e pelos princípios, sublinhando como princípios fundamentais a independência, a imparcialidade e a neutralidade.

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