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SOS Racismo fala em clima de intimidação e perseguição

A organização anti-racista responde em comunicado ao caso da pintura da estátua do Padre António Vieira e às “várias pinturas com mensagens xenófobas, racistas e de incitamento ao ódio e à violência”.
Ilustração do SOS Racismo.
Ilustração do SOS Racismo.

Em comunicado enviado à comunicação social este sábado, o SOS Racismo posiciona-se sobre o debate que acontece “um pouco por toda a parte” sobre “o trágico legado colonial e escravocrata, alicerce do racismo contemporâneo”, nomeadamente a propósito da pintura da estátua do Padre António Vieira.

De acordo com a organização anti-racista, “após uma manifestação histórica contra o racismo que mobilizou de forma inédita, dezenas de milhares de pessoas em Portugal, surgiu, estranhamente, uma pintura nesta estátua com a reivindicação de descolonização”. A partir daí “em vez de se discutir as demandas da manifestação” voltou a “reacender-se o debate sobre a questão da memorialização da narrativa colonial”.

Sobre este episódio, o SOS Racismo faz questão de esclarecer as notícias que lhe atribuem “a autoria moral” dessas pinturas, de forma “deliberada ou omissa”, ao indicarem que a manifestação ocorrida em 2017 em frente a essa mesma estátua fora convocada por esta entidade. “É falso”, escreve o SOS Racismo, já que a iniciativa foi “ de um coletivo informal, denominado “Descolonizando”, sem nenhuma ligação com a nossa organização”.

"Não pode permitir a banalização do racismo e da xenofobia"

A estrutura de combate ao racismo toma ainda posição a propósito das “várias pinturas com mensagens xenófobas, racistas e de incitamento ao ódio e à violência nos muros externos do Centro de Acolhimento para Refugiados na Bobadela, nas paredes de várias escolas públicas e numa pintura de homenagem ao José Carvalho, assassinado em 1989, pela extrema-direita”. Considera-as “uma ameaça à ordem constitucional” e diz que “ferem todos os valores da dignidade humana”.

O SOS Racismo “exige que os autores materiais e morais destas pinturas sejam responsabilizados” uma vez que “a pretexto de um debate sobre o legado histórico do colonialismo” não se pode permitir “nem a banalização do racismo e da xenofobia, nem o incitamento do ódio e da violência”.

A organização termina o seu comunicado manifestando a sua “preocupação perante o clima de intimidação e perseguição expressos nestas pinturas e repudia veementemente qualquer atitude de violência e de ódio na sociedade portuguesa”.

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