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Sindicato acusa Super Bock de substituir trabalhadores “por outros mais baratos”

Trabalhadores das linhas de enchimento e produção da cervejeira foram surpreendidos na semana passada com a chegada de outros trabalhadores para aprenderem as tarefas que executam há mais de 15 anos.
Imagem publicada no site da CGTP.

Segundo o SINTAB, afeto à CGTP, a situação “aparenta ser uma substituição dos trabalhadores em clara retaliação pela ousadia de terem lutado por melhores salários e condições de trabalho, colocando, a desempenhar as mesmas tarefas, trabalhadores com contratos precários e de baixos salários”.

Na passada quinta-feira, descreve o sindicato, os trabalhadores da empresa A. Gaiteiro, que ocupam postos de trabalho nas linhas de enchimento e produção da Super Bock, viram chegar ao seu posto de trabalho outros trabalhadores da empresa Servigaia, para aprenderem a executar as tarefas que estes efetuam há mais de 15 anos.

A mudança desta prestação de serviço na unidade cervejeira nunca foi transmitida aos atuais trabalhadores nem pela Super Bock nem pela sua entidade patronal e esperam ainda ser contactados pela nova empresa “no sentido de se proceder à transferência dos seus contratos, dentro do que lhes é garantido na lei, mantendo remuneração e direitos”.

“Os trabalhadores da A. Gaiteiro a trabalhar na Super Bock conseguiram, nos últimos anos, importantes avanços no sentido da valorização dos seus salários, bem como da remuneração da prestação de trabalho em laboração contínua e em escala de acrescida carga horária semanal”, afirma o Sintab, que vê nesta força reivindicativa a razão principal para a empresa querer mudar de prestador de serviço e afastar os atuais trabalhadores.

As negociações entre sindicato e Super Bock para reduzir a precariedade na cervejeira resultou na integração de mais de 20 trabalhadores e o compromisso da empresa, entretanto adiado, para integrar outros 36 até março de 2020. Por isso, o Sintab considera a atitude da cervejeira “um grave e despudorado atropelo aos compromissos institucionalmente assumidos, desvalorizando a sua própria palavra, agravado pela forma desleal e ardilosa que é praticada, escondendo dos trabalhadores o futuro que unilateralmente entenderam hipotecar”. E continua a defender a integração destes trabalhadores nos quadros da empresa “por desempenharem, alguns há mais de 15 anos, uma tarefa permanente, inseridos nas equipas de produção da Super Bock , e recebendo ordens e instruções dos seus responsáveis”.

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