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As “sardinhas” italianas organizam-se para acabar com lei anti-imigrantes de Salvini

Depois das manifestações espontâneas contra a extrema-direita italiana que culminaram no sábado passado com cem mil pessoas nas ruas de Roma, o movimento das “sardinhas” fez a primeira reunião. Dela resultou a exigência do fim da lei de imigração Salvini que continua em vigor depois da sua demissão.
Manifestação do movimento "das sardinhas" em Roma. Dezembro de 2019.
Manifestação do movimento "das sardinhas" em Roma. Dezembro de 2019. Foto de Sea Watch Italy.

Não haverá um partido das sardinhas. O movimento antifascista italiano nascido através da convocatória de um grupo de amigos Bolonha e que num mês se tornou viral escolheu ser um intermediário entre a política e a sociedade civil.

Este é uma das conclusões da primeira reunião nacional do movimento, ocorrida no domingo em Roma. No dia anterior, Roma tinha-se enchido com 100 mil manifestantes contra Matteo Salvini e a extrema-direita que ele encabeça. A velha canção anti-fascista Bella Ciao foi, como tem sido hábito, um dos cânticos mais escutados.

A 14 de novembro, em Bolonha, ocorrera a primeira desta série de manifestações. Com a imagem das “sardinhas em lata”, a convocatória dos quatro amigos que impulsionaram o movimento pretendia ironizar com os exageros do ex-ministro do Interior italiano que inflacionava os números de presenças nos seus comícios. Depois desta manifestação que encheu por completo a Praça Maior, outras cidades responderam com sucesso ao repto de suplantar os números de participantes nos comícios da extrema-direita que está em campanha na região de Emilia-Romagna. Sem qualquer organização formal por detrás.

A manifestação de sábado passado, pretendia assinalar um mês intenso de mobilização anti-fascista. Já a reunião de domingo tinha como objetivo dar algum sentido organizativo e prioridades aos movimento até então espontâneo.

Outra das escolhas centrais foi apontar baterias ao decreto contra imigração que o país herdou de Salvini e que, depois deste ter saído governo, permaneceu em vigor. As “sardinhas”, que causaram a fúria da extrema-direita que entretanto lançou vários boatos sobre o movimento nas redes sociais, manifestam-se ainda contra a “violência verbal” na política, exigem “transparência no uso que a política faz das redes sociais” e fidelidade aos factos aos meios de comunicação social.

Mattia Santori, um dos impulsionadores do movimento, explicou, à France Press primeiro e ao New York Times depois, que o seu combate é “anti-fascista, pró-igualdade, contra a intolerância, contra a homofobia” e que “as sardinhas são apenas pessoas que preenchem um espaço com as suas ideias e lutam contra um inimigo – a simplificação dos assuntos pelos populistas”.

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