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"Proteger o SNS é respeitar quem o constrói"

Catarina Martins sublinhou em Coimbra a importância de valorizar o trabalho de excelência que se faz no SNS respeitando as carreiras dos seus profissionais. Sobre Tancos, afirmou estar disponível para uma nova comissão de inquérito.
Visita do Bloco ao Hospital dos Covões, Coimbra, 2 de outubro de 2019. Foto: Paula Nunes.
Visita do Bloco ao Hospital dos Covões, Coimbra, 2 de outubro de 2019. Foto: Paula Nunes.

Em visita ao Hospital dos Covões em Coimbra, Catarina Martins elogiou-o como exemplo do que o SNS tem de bom, dando acesso a todos ao melhor que a ciência tem para oferecer, independentemente da carteira ou do apelido. Um "trabalho de excelência" que se deve estender a todo o país, mas isso exige investimento no SNS e respeito pelas carreiras dos seus profissionais.

As carreiras têm-se deteriorado no SNS, alertou Catarina, e ao mesmo tempo a concorrência dos privados tem tirado ao SNS o pessoal mais especializado. Por conseguinte, "respeitar quem aqui trabalha e faz todos os dias os serviços funcionar, respeitar as suas carreiras, não é só uma questão destes profissionais, é uma questão de melhor serviço público". Em sua opinião, "não podemos continuar a ter concursos que ficam vazios, nem profissionais que desistem do seu trabalho. Precisamos deles no SNS".

Questionada sobre a marcação para a próxima semana de um debate parlamentar extraordinário sobre o assalto a Tancos, e acusações da direita de que a esquerda protege o governo, Catarina reiterou os três pontos que o Bloco têm mantido sobre o caso. A acusação do Ministério Publico é "de enorme gravidade", pois a provar-se significa que o ex-ministro da Defesa mentiu ao parlamento; a justiça deve continuar a investigar e o parlamento a escrutinar; e o Bloco está aberto a uma nova comissão de inquérito na próxima legislatura, se se provar a gravidade dos factos em investigação.

Respondendo a uma questão sobre se o Bloco deveria assumir responsabilidades não só pelo que correu bem na Geringonça, mas também pelo que correu mal, Catarina retorquiu que já o faz. Porém, o Bloco não pode assumir decisões "tomadas completamente à margem do entendimento à esquerda", como a entrega do BANIF ao banco Santander ou do BES à Lone Star, que só foram possíveis porque a direita as apoiou. Também nas rendas da energia, "assumimos o que falta fazer, mas não podemos assumir as votações que foram feitas entre o PS e a direita para proteger as rendas excessivas da EDP".

Há porém, disse Catarina, muitas matérias onde "assumimos o que falta fazer". Na saúde falta investimento, nos serviços públicos "não respondemos como devíamos" a quem os assegura todos os dias. Quando se vê concursos a ficar vazios, ou técnicos especializados a sair do setor público para os privados, "sabemos que se falhou, porque hoje sentimos a falta desses profissionais para que os serviços públicos funcionem". Faltou também dar resposta a quem vem os seus direitos espezinhados no trabalho, como por exemplo as 700 mil pessoas que trabalham por turnos no país.

Cada passo que foi dado para melhorar as condições de trabalhadores, pensionistas, dos serviços públicos, são motivo de orgulho para o Bloco, afirmou Catarina, mas "não temos qualquer olhar triunfalista sobre o que foi feito, porque sabemos que há ainda muito por fazer".

Catarina Martins confessou-se também particularmente contente, e por vezes comovida, por ver na campanha "tanta gente nova, que nunca tinha estado com o Bloco, e que se tem juntado a nós", bem como gente que "percebeu a importância de defender as suas vidas" e vem falar com a campanha nas ruas reconhecendo o trabalho em seu prol — precários que passaram a ter contrato de trabalho, trabalhadores que viram a vida melhorar com o aumento do salário mínimo, pensionistas para quem o aumento das pensões fez diferença.

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