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Presos saharauis lutam contra os maus-tratos e alertam para os riscos da pandemia

Na passada sexta-feira, dezenas de presos fizeram greve de fome de 48 horas. Comissão de direitos humanos denuncia as “péssimas” condições higiénicas, a recusa das autoridades ocupantes marroquinas às visitas de familiares e advogados e alerta para o risco de propagação do coronavírus.

Na passada sexta-feira, 17 de julho, dezenas de presos políticos saharauis da prisão central de Kenitra e da prisão local, Tiflet 2, entraram em greve da fome por 48 horas, em solidariedade com o preso Ahmed Esbaai, presidente honorário da Associação para a Proteção dos Presos Políticos Saharauis (APS), que sofreu “novo ataque no coração devido a negligência”, segundo acusam os presos.

O El Confidencial Saharaui (https://www.ecsaharaui.com/) explica que estas pessoas estão presas há dez anos devido às revoltas de Gdeim Izik e que a greve da fome visou também protestar contra as condições desumanas em que estão presos e contra a recusa das autoridades marroquinas às visitas de familiares e advogados.

A APS denunciou também as “péssimas” condições higiénicas e de habitabilidade, assim como a negligência médica de que os presos político saharauis sofrem há anos, e que estão agravadas pela crise da covid-19.

Os presos denunciam igualmente que o regime do rei de Marrocos, Mohamed VI, tem rejeitado as críticas das organizações de direitos humanos, acusando-as de servir “agendas estrangeiras”, para difamar Marrocos.

A Comissão Nacional Saharauui para os Direitos Humanos (CONASADH), por sua vez, manifestou profunda preocupação com os maus-tratos que sofrem os presos políticos das autoridades de ocupação, nomeadamente a “falta de assistência médica e de tratamento necessários”.

A comissão pede ao regime marroquino que “respeite os tratados internacionais pertinentes e as exigências do direito internacional humanitário”, de acordo com as Convenções de Genebra e exige que as autoridades marroquinas cumpram com a quarta convenção de Genebra, em relação à “proteção das pessoas civis em tempo de guerra, que exige que os detidos civis pela potência ocupante sejam julgadis no país ocupado”.

Segundo Sahara Press Service (https://www.spsrasd.info/), a comissão para os direitos humanos apelou à ONU, à União Africana, à União Europeia, ao Comité Internacional da Cruz Vermelha e às ONG’s para que “adotem medidas urgentes para proteger os presos políticos saharauis nas prisões marroquinas dos risco de contágio por covid-19”.

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