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PJ investiga ameaças de neonazis a ativistas e deputadas

Um grupo neonazi ameaça dirigentes antifascistas e antirracistas, exigindo que abandonem a atividade política e deixem o território português. Entre as pessoas ameaçadas estão as deputadas bloquistas Mariana Mortágua e Beatriz Gomes Dias.
Neonazis, que se auto-intitulam nacionalistas, querem que dirigentes antifascistas e antirracistas “abandonem a atividade política e deixem o território português”
Neonazis, que se auto-intitulam nacionalistas, querem que dirigentes antifascistas e antirracistas “abandonem a atividade política e deixem o território português”

Um grupo neonazi, auto-intitulado Nova Ordem de Avis - Resistência Nacional, enviou um e-mail em que faz as ameaças a vários ativistas anti racistas e anti fascistas e a três deputadas.

“Informamos que foi atribuído um prazo de 48 horas para os dirigentes antifascistas e anti-racistas incluídos nesta lista, para rescindirem das suas funções políticas e deixarem o território português”, ameaçam. E acrescentam: “Sendo o prazo ultrapassado, medidas serão tomadas contra estes dirigentes e os seus familiares, de forma a garantir a segurança do povo português.”

As dez pessoas ameaçadas são: - Beatriz Gomes Dias, deputada bloquista - Danilo Moreira, dirigente da Frente Unitária Antifascista (FUA) - Joacine Katar Moreira, deputada independente - Jonathan Costa, da FUA - Mamadou Ba, dirigente do SOS Racismo - Luís Lisboa, do Núcleo Antifascista de Guimarães - Mariana Mortágua, deputada bloquista - Melissa Rodrigues, do Núcleo Antirracista do Porto - Rita Osório, ativista LGBT e da FUA e - Vasco Santos, candidato do MAS e da FUA.

Segundo o Diário de Notícias, a Polícia Judiciária já recebeu a denúncia das ameaças e abriu um inquérito para investigar e identificar os autores das ameaças.

O Bloco de Esquerda informou a Polícia Judiciária (PJ) que as deputadas Mariana Mortágua e Beatriz Gomes Dias apresentarão individualmente queixa ao Ministério Público.

Em declarações ao Público, a deputada Beatriz Gomes Dias afirma: “Esta forma de intimidação é grave, é crime e tem de ser tratada como tal. Queremos que a investigação decorra o mais célere possível, que sejam identificados e responsabilizados os autores.”

Vasco Santos disse ao jornal: “É um perigo para a própria democracia e pedimos ao Estado que comece a agir contra estes grupos que se começam a organizar e a ter uma projecção no espaço público que não é aceitável”. “Está mais do que na hora de o Governo português e deputados tomarem uma posição sobre o crescimento do ódio”, acrescentou ainda o ativista da FUA.

O dirigente do SOS Racismo Mamadou Ba, que prestou declarações na PJ nesta quarta-feira, disse ao jornal: “Esta última ameaça é a prova de que é preciso levar muito a sério o nível de escalada a que estamos a assistir. Significa que não são apenas ameaças de redes sociais e que tenham que ver com disputa política mas com terrorismo e ameaças directa de morte”. 

Esta ameaça segue-se a outras recentes, a última das quais foi a “parada Ku Klux Klan”, feita no sábado passado à porta da sede do SOS Racismo.

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