Seis mil pessoas assinaram a petição contra a prospeção e produção de petróleo na faixa litoral Lisboa-Porto, petição hoje entregue na Assembleia da República. A exploração no mar foi entregue pelo anterior governo ao consórcio Repsol/Kosmos/Galp/Partex, o mesmo grupo que detinha a exploração entretanto cancelada no Algarve, e em terra à Australis.
Em declarações ao Esquerda.net, Ricardo Vicente, do Movimento Peniche Livre de Petróleo, afirmou "que a petição não basta para travar a indústria petrolífera. É necessário continuar a mobilização social e, considerando que estamos em ano de eleições autárquicas, obrigar as autarquias a tomar posição sobre a sua estratégia ambiental."
Segundo a petição, "estes contratos foram celebrados nas costas da população e das autarquias e não são compatíveis com os interesses locais uma vez que colocam em risco os recursos naturais e as principais atividades económicas da região: pesca, turismo, agricultura, hotelaria, restauração, entre outras."
E acrescentam que "não faz sentido para Portugal iniciar agora a prospeção de petróleo quando é de senso comum que o caminho energético do futuro passa pelas energias renováveis".
Depois do cancelamento dos contratos de exploração de petróleo de Sousa Cintra, da Portfuel e do consórcio Repsol/Partex em Aljezur, Tavira e Bacia do Algarve, o movimento ecologista Climáximo assinalou que existiam ainda "9 contratos para exploração de petróleo e gás, em terra e no mar, em todo o litoral português desde o Porto até Sagre, bem como na Batalha e em Pombal".
O Bloco apresentou já propostas na Assembleia da República para cancelar as concessões, propostas que não obtiveram maioria no parlamento mas, segundo o deputado Jorge Costa, "existe já uma maioria para um novo regime, mais exigente, de avaliação de impacto ambiental e consulta pública", referindo ao projeto de lei 334/XIII entregue em outubro que será discutido nas próximas semanas.