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Observatório mantém incerteza sobre impacto da pandemia no futuro dos mercados de drogas ilegais

Segundo o Observatório Europeu da Droga e Toxicodependência, nos últimos meses o confinamento fez cair sobretudo o consumo de cocaína e MDMA, associadas a contextos festivos. Dados indicam que os europeus recorreram mais ao consumo de álcool e benzodiazepinas para combater a ansiedade.
Cocaína foi das substâncias ilegais que mais viu cair o consumo durante a pandemia na Europa, aponta o Observatório. Foto Quote Catalog

Em geral, os europeus consumiram menos substâncias ilegais durante os primeiros três meses da pandemia, revela o relatório divulgado esta terça-feira pelo Observatório Europeu da Droga e Toxicodependência. “O consumo de cocaína e MDMA parece ser o mais afetado, muito por causa do encerramento do setor económico da diversão noturna e a implementação de medidas de confinamento”, aponta o relatório, baseado nos resultados das amostras das águas residuais em várias cidades europeias. Mas também nos inquéritos realizados, quase metade dos inquiridos assumiu ter consumido menos nos últimos meses. A principal razão apontada foi “a falta de oportunidade”, devido à quase ausência de espaços de convívio social.

Quanto à tendência do consumo de canábis, não se podem tirar conclusões muito definitivas: se por um lado os dados sugerem que boa parte dos consumidores ocasionais possam ter reduzido ou mesmo interrompido esse consumo durante o confinamento, os consumidores frequentes terão tido mais tendência para aumentar o seu consumo para aliviar a ansiedade. Em todo o caso, o número de pesquisas online sobre formas de adquirir e de plantar canábis em casa aumentou durante os últimos meses em vários países.

No consumo de opióides, o Observatório refere que houve relatos de escassez de heroína em várias cidades europeias e um aumento da procura por programas de tratamento com drogas de substituição neste período.

O relatório acrescenta que apesar das diferenças relevantes da situação de país para país no que toca ao uso de drogas, tudo indica que a substância que viu o seu consumo crescer mais no combate à ansiedade foi o álcool, bem como medicamentos sujeitos a receita médica como as benziodiazepinas.

As tendências de consumo foram recolhidas durante o mês de maio e são a segunda parte do estudo desenvolvido pelo Observatório desde o início da pandemia. Os investigadores sublinham que “o verdadeiro impacto da pandemia e das medidas de resposta adotadas a nível nacional só serão visíveis mais tarde” e os seus efeitos a médio e longo prazo apenas serão evidentes daqui a “alguns meses, ou mesmo anos”.


Foto: www.quotecatalog.com

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