A formação do próximo Governo Regional dos Açores continua envolta em polémica, após Rui Rio ter dado o seu aval ao acordo que torna o executivo liderado por José Manuel Bolieiro dependente do apoio parlamentar do Chega.
Para a candidata presidencial apoiada pelo Bloco de Esquerda, a indigitação de um governo formado nesta circunstância política é grave, mas lembra que o responsável pela indigitação é o Representante da República nos Açores, Pedro Catarino, que só chamou PSD, CDS e PPM a formarem governo “por ter recebido o acordo entre PSD e Chega”. Em resposta a um pedido do coordenador bloquista açoriano António Lima para tornar público o acordo secreto entre os dois partidos, Pedro Catarino recusou revelá-lo, afirmando que isso seria uma "intromissão inaceitável na luta partidária regional".
“O Representante da República é nomeado pelo Presidente da República e responde-lhe diretamente. Regista-se que o Presidente da República não vê como um problema a posse de um governo dependente do Chega”, afirmou Marisa Matias esta terça-feira nas redes sociais.
O Representante da República (RR) nos Açores decidiu chamar PSD, CDS e PPM a formar governo, por ter recebido o acordo entre PSD e Chega. O RR é nomeado pelo PR e responde-lhe diretamente. Regista-se que o PR não vê como um problema a posse de um governo dependente do Chega. pic.twitter.com/18V2N7npCc
— Marisa Matias (@mmatias_) November 10, 2020
A candidata às próximas eleições presidenciais aponta a responsabilidade de Marcelo Rebelo de Sousa neste desfecho do processo político açoriano, ao permitir que haja um governo dependente de um partido que se apresenta abertamente contra a atual Constituição da República. “O Presidente da República tem a obrigação de proteger a Constituição. Em relação aos Açores não está a fazê-lo”, aponta Marisa Matias.