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Mais de metade dos pacientes do IPO de Lisboa são operados fora de prazo

No Instituto Português de Oncologia de Lisboa, as listas de espera e os tempos de espera continuam a aumentar. 51% dos pacientes em lista de espera para cirurgia ultrapassam os tempos máximos previstos na lei.
Os dados foram revelados esta segunda-feira pela TSF. Há dois anos que as listas de espera não param de aumentar: no final de 2019 havia 1791 pacientes à espera para serem operados. Isto corresponde a um aumento de 24% relativamente a 2018 e de 38% relativamente a 2017.
O tempo médio de espera segue o mesmo caminho: em 2017 era de 105 dias em 2017, passou para 112 em 2018 e o ano passado foi de 149 dias.
E, contudo, são poucos os que preferem aceitar o vale-cirurgia que lhes permitiria o acesso ao mesmo tipo de cuidados de saúde no privado. Ainda de acordo com os dados avançados pela TSF, em 2019 este estabelecimento de saúde emitiu 2614 vales-cirurgia. Apenas 27 pacientes os aceitaram, No ano anterior a tendência tinha sido a mesma: apenas 38.
O presidente da instituição, João Oliveira, deu várias razões para estes atrasos à estação de rádio que detalhou os números. Uma são as complicações em outros hospitais. Sendo o IPO um hospital de “fim da cadeia do Serviço Nacional de Saúde” este “não envia doentes para outros hospitais”. Apenas recebe paciente.
O especialista acrescenta que a complexidade dos tratamentos nesta área aumentou e “operações mais prolongadas obrigam-nos a fazer menos cirurgias e a tratar menos doentes de cada vez” e que há obras de requalificação e ampliação do bloco operatório que reduziram as instalações disponíveis. Mas garante que no final do semestre se passará das cinco salas operatórias existentes para nove. Fala ainda em constrangimentos estruturais e de pessoal e nos dias de greve que terão reduzido tempos operatórios.
João Oliveira justifica ainda o baixo número de doentes que passam para o privado devido à especialização do serviço: “os doentes preferem esperar um pouco mais e serem tratados no IPO do que encarar a incerteza de um tratamento pouco integrado e que não lhes dá as mesmas garantias que sabem que nós damos”.
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