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José Gusmão questionou Elisa Ferreira sobre cortes na política de coesão

Na audição à comissária portuguesa no Parlamento Europeu, o eurodeputado bloquista quis garantias de que a atribuição de fundos de coesão não será moeda de troca para pressionar os estados-membros a aceitar reformas propostas de Bruxelas.
José Gusmão
Foto arquivo GUE/NGL - Flickr

A nomeação de Elisa Ferreira para responsável pela Coesão e Reformas na próxima Comissão Europeia teve esta quinta-feira luz verde dos eurodeputados da comissão de desenvolvimento regional. Na quarta-feira, Elisa Ferreira foi questionada por vários eurodeputados, com os cortes na política de coesão a centrarem o debate.

Mas ao contrário do que tinha afirmado ao Parlamento Europeu nas respostas escritas que enviou aos eurodeputados, em que colocava esses cortes como o melhor cenário possível, a nova comissária disse agora que não passam de uma hipótese de trabalho.

Um dos intervenientes nesta audição foi o eurodeputado José Gusmão, que questionou Elisa Ferreira sobre a sua disponibilidade para se bater ao lado do Parlamento Europeu contra esses cortes e se apoia a ideia de que o investimento nos serviços públicos e no combate à pobreza e às alterações climáticas não seja tido em conta para o cumprimento da regra do défice. Na resposta, Elisa Ferreira defendeu o papel do Parlamento Europeu no processo de co-decisão sobre essas matérias.

“A Comissão Europeia agora fala muito de investimento, mas a principal restrição ao investimento na UE é o Plano de Estabilidade e Crescimento (PEC) e a visão altamente restritiva que a Comissão tem imposto através do Semestre Europeu”, afirmou José Gusmão nas redes sociais. Quanto ao recuo de Elisa Ferreira em matéria de cortes nos fundos de coesão, o eurodeputado do Bloco concluiu que “só por isso já valeu a pena fazer esta audiência”.

A comissária portuguesa defendeu ainda na audição que “as reformas não devem ser impostas”, o que levou José Gusmão a insistir na questão da atribuição de fundos como moeda de troca para pressionar os estados-membros a aceitar as reformas propostas pela Comissão Europeia.

“Para nós é muito importante que ela tenha assumido o compromisso de acompanhar o Parlamento na proposta de não haver cortes”, afirmou José Gusmão à agência Lusa no final da audição. No entanto, o eurodeputado sublinhou também que “ficaram muitas questões por responder do ponto de vista da condicionalidade, da hipótese de os fundos de coesão serem ou não atribuídos em função das reformas que a Comissão quer que os Estados-membros aprovem”.

 

 

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